O governo federal liberou, em apenas um dia desta semana, R$ 5,2 bilhões em “emendas Pix”, um tipo de transferência de recursos da União direto para a conta de estados e prefeituras. Entre deputados federais e senadores, 16 parlamentares goianos receberam a verba que o Executivo é obrigado a pagar, mas sem data definida.
Desse total de parlamentares agraciados com a verba, quase a metade (nove, no total) ainda estão em exercício do mandato. São eles: o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e os deputados federais Adriano do Baldy (PP), Célio Silveira (MDB), Flávia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (PSC), José Nelto (PP), Madga Mofatto (PL), Professor Alcides (PL) e Rubens Otoni (PT).
Juntos, os com e sem mandato abocanharam R$ 158, 89 milhões para Goiás. Só os político que não ocupam mais uma cadeira no Congresso levaram R$ 61,08 milhões. Os que estão exercendo o mandato ganharam o restante: R$ 97, 81 milhões. Como o Orçamento de 2023 foi aprovado em 2022, as emendas liberadas também foram apresentadas pelos deputados e senadores da legislatura passada, muitos deles que não se reelegeram.
Mas teve também quem está exercendo o mandato e não levou emenda “pra casa”. Ao todo, foram oito deputados nessa leva: Daniel Agrobom (PL), Delegada Adriana Accorsi (PT), Doutor Zacharias Calil (UB), Dr. Ismael Alexandrino, Gustavo Gayer (PL), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Lêda Borges (PSDB), Marussa Boldrin (MDB) e Silvye Alves (UB). Entre os senadores, Jorge Kajuru (PSB) e Wilder Morais (PL) não foram contemplados com a verba liberada.
Os parlamentares que ganharam emenda, mas já não ocupam cadeira no Congresso são: o ex-senador Luiz Carlos do Carmo e os ex-deputados Alcides Rodrigues (Patriota), Delegado Waldir (UB), Elias Vaz (PSB), Francisco Jr. (PSD), José Mário Schreiner (MDB) e Major Vitor Hugo (PL).
Partidos campões em emendas
O partido que mais recebeu “emendas Pix” destinadas a Goiás foi o PL, que faturou R$ 31,69 milhões em verbas, seguido pelo MDB, que levou R$ 27,85 milhões em recursos. Em terceiro lugar aparece o PP, que recebeu R$ 27, 44 milhões.
Completam essa lista o PSC (R$ 19.38 milhões), o Patriota (R$ 13,41 milhões), o PDT (R$ 10,5 milhões), o PT (R$ 9, 84 milhões), o União Brasil (R$ 9,3 milhões), o PSD (R$ 8,5 milhões) e o PSB (R$ 950 mil).
Quanto cada deputado recebeu?
O deputado federal goiano que mais recebeu verba de emenda parlamentar foi José Nelto (PP), que teve R$ 14,35 milhões liberados. O segundo na lista é o ex-deputado federal José Mário Schreiner (MDB), hoje presidente da Federação da Agricultura no Estado de Goiás (Faeg), com pouco mais de R$ 14 milhões.
Em terceiro lugar, o deputado federal Célio Silveira (MDB), com R$ 13,85 milhões. Na sequência, completam o “top 5”, o ex-deputado federal e ex-governador, Alcides Rodrigues (Patriota), com R$ 13.41 milhões, e o deputado federal Adriano no Baldy (PP), com R$ 13,09 milhões.
No grupo que recebeu mais de R$ 10 milhões, tem ainda o deputado federal Glaustin da Fokus, do PSC (R$ 11,75 milhões); a deputada federal Magda Mofatto, do PL (R$ 11,64 milhões); o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, do PL (R$ 10,88 milhões); e a deputada federal, líder da bancada goiana na Câmara, Flávia Morais do PDT (R$ 10,5 milhões).
O primeiro e único petista que aparece na lista é o deputado Rubens Otoni, que recebeu do governo R$ 9,84 milhões. Logo atrás, vem o ex-deputado – atual presidente do Detran-GO – Delegado Waldir do União Brasil (R$ 9,3 milhões); o deputado Professor Alcides, do PL (R$ 9,16 milhões); e o ex-senador Luiz Carlos do Carmo, do PSC (R$ 7,63 milhões).
Na rabeira da lista, o ex-deputado Francisco Jr., do PSD (R$ 4,9 milhões); o senador Vanderlan Cardoso, do PSD (R$ 3,6 milhões); e o ex-deputado federal Elias Vaz, do PSB (R$ 950 mil).
O que são as “emendas Pix”?
Por meio das chamadas “emendas Pix”, o governo federal transfere recursos direto para a conta de estados e prefeituras. O dinheiro foi liberado em meio a votações importantes na Câmara dos Deputados, como a da Reforma Tributária.
Esse tipo de emenda individual é direito dos parlamentares, mas, ao contrário das emendas tradicionais, não tem um carimbo do destino. Ou seja, não dá pra saber em qual área será usada. Quem decide a destinação é o prefeito ou governador que receber o dinheiro.
Fonte: Jornal Opção