
Airton Cascavel tem participado de reuniões com governadores e tratado com secretários sem nunca ter sido nomeado
Cara, crachá Um dos principais assessores do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, não tem vínculo oficial com o governo federal. O empresário Airton Soligo, conhecido como ‘Cascavel’, tem viajado com o ministro, feito reuniões com governadores, mas nunca foi nomeado para qualquer função.
Ele tem sido indicado por Pazuello aos secretários municipais e estaduais de Saúdecomo o responsável por receber demandas. Um secretário ligou para o ministério e lhe passaram, inclusive, ramal que seria de Cascavel.
Pensativo Cascavel foi deputado federal por Roraima (1999-2002), estado no qual é um empresário conhecido, e tentou voltar ao posto em 2018, pelo Republicanos, mas não foi eleito. Ao Painel, por telefone, disse não ter começado a trabalhar no ministério e que ainda estava pensando no tema. E desligou.
Surpresa Secretários se disseram espantados ao saber que Cascavel não tem vínculo formal com o governo. Contaram que imaginavam que fosse um assessor parlamentar oficial e que o trato com ele tem sido constante, com recomendação de Pazuello. Um deles diz que as conversas com ele têm acontecido desde o final de abril, antes ainda da saída de Nelson Teich. Outro fala com ele há pelo menos três semanas.
Ele é elogiado por sua habilidade em resolver problemas burocráticos.
No final de abril, Cascavel postou em suas redes sociais uma foto com Pazuello chamando o general de “parceiro de missão”. Comentários de amigos, curtidos por ele, desejavam sorte na nova empreitada.
Valeu Na segunda-feira (15), o prefeito de Rio Verde, em Goiás, Paulo do Vale (DEM), gravou vídeo para comemorar a chegada de 30 respiradores à cidade com um agradecimento especial ao “Airton Cascavel, do Ministério da Saúde, responsável por toda essa logística”.
Justiça Cascavel não tem formação médica. Em Roraima, é apontado como participante de rede de empresários que promoveram a candidatura do bolsonarista Antonio Denarium (sem partido, deixou o PSL para acompanhar Bolsonaro na Aliança pelo Brasil) em caso de abuso de poder econômico.
Em denúncia feita pelo PSDB e pelo DEM contra Denarium e seu vice, revelada pelo The Intercept, ele é citado por ter supostamente distribuído brindes para conseguir votos para o candidato em 2018, inclusive com uso da estrutura de uma franquia da lanchonete Bob’s da qual é dono e com voo de helicóptero para distribuir brindes em comunidades indígenas. Ele nega.
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