
Resultados mostraram que a vacina protege contra a doença em 70,4% dos casos, com eficácia de 62% para aqueles que receberam duas doses completas, e de 90% naqueles que receberam meia dose.
A Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca publicaram, nesta terça-feira (8), os resultados preliminares de testes de fase 3 de sua vacina candidata contra a Covid-19 na revista científica “The Lancet”, uma das mais importantes do mundo.
Os dados, que ainda são preliminares(porque os testes ainda não acabaram), já haviam sido divulgados em novembro: a vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor (veja detalhes mais abaixo).
Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
A publicação em revista científicasignifica que os dados dos testes foram revisados por outros cientistas e validados. Não quer dizer que a vacina de Oxford será aplicada imediatamente na população em geral. Para isso, ela ainda precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores – no Brasil, esse órgão é a Anvisa; no Reino Unido, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês).
A vacina de Oxford é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil: 30 milhões de doses devem ser entregues até o fim de fevereiro; outras 70 milhões, até julho. A previsão é que mais 110 milhões de doses sejam produzidas no segundo semestre de 2021.
Nesta terça, os britânicos começaram a imunização contra a Covid-19 com a vacina desenvolvida pela Pfizer, que foi aprovada na semana passada.
Destaques do anúncio de Oxford:
- A análise de eficácia foi feita de forma conjunta e considera dados de ensaios no Reino Unido e no Brasil.
- A vacina foi segura e eficaz contra a doença, sem internações ou casos graves de Covid-19 nos grupos vacinados. Nos grupos que não receberam a vacina, houve 2 casos graves de Covid-19 e uma morte.
- A vacina teve 90% de eficácia quando administrada em meia dose seguida de uma dose completa com intervalo de pelo menos um mês, de acordo com dados de testes no Reino Unido.
- Quando administrada em 2 doses completas, a eficácia foi de 62%.
- A análise que considerou os dois tipos de dosagem indicou uma eficácia média de 70,4%.
- Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram os dados de 11.636 pessoas vacinadas. Dessas, 8.895 receberam as duas doses completas, e 2.741 receberam a meia dose seguida de uma dose completa.
- Cerca de 88% dos voluntários analisados (10.218) tinha de 18 a 55 anos de idade.
- Nenhum participante com 56 anos de idade ou mais recebeu a meia dose seguida da dose completa, que tiveram maior eficácia (veja detalhes mais abaixo).
- A eficácia da vacina nos participantes acima de 56 anos não foi avaliada, mas será determinada em análises futuras.
- Pesquisadores investigam o potencial da vacina para prevenir casos assintomáticos da Covid-19.
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