
Neste 21 de abril, Brasília volta a ter celebração de aniversário após dois anos sem os grandes eventos, adiados por causa da pandemia de Covid-19. Além de contar com exposições e shows em espaços públicos, a comemoração dos 62 anos da capital será marcada por uma festa de Carnaval fora de época.
As celebrações ocorrem na semana em que o governador Ibaneis Rocha (MDB) revogou o decreto que declarava estado de calamidade pública em decorrência da pandemia. A extinção foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), na noite de segunda-feira (18/4).
Foi esse decreto, publicado em 8 de março de 2020, que deu início a todas as medidas restritivas de enfrentamento à pandemia, e permitiu medidas emergenciais na saúde. À época, Brasília foi uma das primeiras cidades do país a tomar providências a fim de conter a propagação do coronavírus.
Impacto no setor produtivo
Em 12 de março de 2020, o Governo do Distrito Federal (GDF) decretou a suspensão das aulas em escolas públicas e privadas da capital. Também ficaram proibidas aglomerações como cultos, eventos esportivos e shows. Com o avanço do vírus, o GDF ampliou a relação dos estabelecimentos que deveriam fechar e prolongou decretos os quais determinavam os fechamentos.
Sentindo o impacto econômico, 23 mil empresas fecharam as portas na capital federal em 2020, segundo a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). No ano passado, outros 27 mil estabelecimentos empresariais viriam a fechar as portas, também conforme a entidade.
“O que aconteceu nesses dois anos foi terrível para o setor produtivo. Nós temos uma demanda reprimida de dois anos. As pessoas se isolaram e deixaram de consumir. Sem festas, empresas de moda sofreram, não venderam muitas roupas, já que as pessoas ficavam em casa. Outro setor que sofreu bastante foi o de eventos, com a proibição de aglomerações”, comenta Fernando Brites, presidente da associação.
Otimismo
Agora, o cenário para o setor econômico é outro. Após dois anos sem grandes festas em datas comemorativas – como foi o caso do Réveillon e do Carnaval em Brasília –, voltar a celebrar o aniversário da capital com programações presenciais gera otimismo para o futuro.
“Com o fim das restrições, as pessoas voltaram para o mercado de consumo e o que estamos vendo é que a pandemia nos mostrou que a automação dos processos produtivos é uma realidade. Não podemos mais trabalhar como vínhamos trabalhando até o início de 2020”, diz Brites.
Para o presidente da Associação Comercial do DF, o setor econômico brasiliense caminha com novas propostas para o cenário pós-Covid. “Na pandemia, as pessoas começaram a consumir em casa, faziam mais pedidos on-line e essa é uma realidade à qual o setor precisa se adequar. Nesse 62º aniversário de Brasília podemos dizer que a cidade se prepara para sair na frente na questão da automação dos processos”, assinala.
Como exemplo de inovações, ele cita o cardápio por QR Code, que tem se tornado frequente em bares e restaurantes da capital. “Quem imprimia o cardápio, agora está oferecendo de forma virtual. A vida da gente se transformou mesmo. Brasília está à frente de muitas outras cidades por ser uma cidade moderna, com características urbanas diferentes e isso proporciona facilidade para as pessoas aceitarem esses novos processos”, pontua.
“Vimos um grande número de empresas abrirem com novas propostas. Temos agora mais ambientes diferentes do convencional e eles têm sido bem aceitos. É um momento que pede criatividade para empreender”, completa.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Sebastião Abritta, enfatiza que programas de auxílio econômico do governo ajudaram empresários a passar pela crise. A entidade reúne mais de 30 mil empresas de shoppings e de rua, que contam com cerca de 120 mil trabalhadores.
“Agora, tem-se outro cenário com o anúncio do fim das medidas emergenciais e a retomada plena da economia do DF”, avalia. “Felizmente, o Distrito Federal começa a se recuperar dos efeitos perversos da pandemia de Covid-19 na economia”, acrescenta.

Praça dos Três Poderes, Mastro da Bandeira, Espaço Lúcio Costa, Museu histórico de Brasília e Panteão da Pátria – Os monumentos históricos de Brasília recebem visitas do público. Contudo, horários precisam ser conferidos ou programados. Caso não seja possível realizar visitas internas, a parte externa nunca deixa a desejar. Prepare o celular para a selfie e divita-se!Fandrade/ Getty Images

Brasília completa 62 anos de muita história nesta quinta-feira (21/4)Thiago Veras/ Getty Images

Após dois anos sem eventos presenciais devido a pandemia da Covid-19, brasilienses poderão festejar o aniversário da cidade, que será repleto de atrações, e revisitar os principais pontos turísticos, agora reabertosPaulo Fridman/ Getty Images
Números da pandemia
Desde o início da pandemia até o final da tarde dessa quarta-feira (20/4), o Distrito Federal havia notificado 695.637 casos de Covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados 152 novos casos da doença na capital. Do total de ocorrências computadas, 683.369 pacientes estão recuperados e 11.638 evoluíram a óbito.
Em relação aos vacinados, são 2.502.255 (90% da população) imunizados com a primeira dose e 2.369.057 (83,22% da população) com a segunda ou dose única. Ainda 1.141.263 tomaram o reforço e 27.497 receberam a quarta dose.
Programação do aniversário de Brasília
A programação do aniversário de Brasília não ficará restrita à quinta-feira (21/4). Até domingo (24/4), a Torre de TV de Brasília terá DJs e shows ao vivo, teatro e até um aulão fitness. A partir das 15h, de quinta, a Cia Teatral Néia & Nando apresenta o espetáculo infantil Moana. Às 17h, do mesmo dia, o local inicia a programação musical. Os destaques da data do aniversário são Lenine, em um show na Torre de TV, e a Festa Criolina.
Outro evento que vai tomar conta de Brasília no aniversário da cidade é o bloco Calango Careta, que comemora 7 anos em 2022. O local é mantido em segredo, mas os organizadores garantem: basta apurar os ouvidos e seguir o som que surgirá na Asa Norte.
Fonte: Metrópoles.