Homem acusa talco de bebê contaminado de causar câncer raro no coração
27 de Junho de 2023
Jovem de 24 anos está processando a Johnsons & Johnsons nos Estados Unidos dizendo que o uso prolongado de talco de bebê lhe deu câncer raro
Um jovem de 24 anos alega que o uso de talco de bebê foi responsável por desencadear um mesotelioma, um tipo de câncer raro que afeta o seu coração. Emory Valadez está processando a Johnson & Johnson, a fabricante do talco, e o caso está sendo julgado na Califórnia, nos Estados Unidos. Nessa segunda-feira (26/6), ele e suas testemunhas foram ouvidas pela primeira vez no tribunal.
O tumor do jovem foi diagnosticado em 2022 e vem sendo tratado desde então. Valadez afirma que o talco usado na primeira infância contém partículas de amianto, a suposta origem da doença. A empresa nega.
Mais de 38 mil processos contra a farmacêutica estão sendo movidos nos EUA com hipóteses semelhantes. A Johnson & Johnson foi impedida de pedir falência no país no início deste ano após evidências demonstrarem que o talco de bebê da empresa pode sim ter sido contaminado com amianto.
O que é o mesotelioma?
O mesotelioma é um tipo de câncer que atinge o mesotélio, uma espécie de pele protetora dos órgãos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 84% dos casos atingem a capa do pulmão, e acontecem especialmente com trabalhadores da construção civil que tiveram contato prolongado com o amianto. O caso de Valadez, porém, é mais raro: a parte atingida foi o coração.
O contato com amianto é o principal fator de risco para desenvolvimento do mesotelioma. É por isso que, desde 2017, o uso e a extração deste material para qualquer fim está proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil.
O julgamento do caso de Valadez deve ser concluído ainda nesta semana e será fundamental para embasar outros processos semelhantes. A Johnsons & Johnsons espera fazer um acordo geral que pare as ações que acusam seu produto, sejam atuais ou futuras, pagando quase 9 bilhões de dólares para um fundo para as supostas vítimas.
Fonte: g1
