Vereador de Planaltina faturou R$ 135 mil com atos golpistas, diz Abin; ele nega
Relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indicam que o vereador de Planaltina de Goiás, Genival Fagundes (PL), faturou R$ 135 mil com os atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo a Abin, ele realizou transmissão ao vivo e in loco via Youtube da invasão aos três Poderes, em Brasília.
“A transmissão rendeu dividendos pagos pela plataforma ao canal de Genival Fagundes, Política sem Curva. Enquanto transmitia, Fagundes narrava atos e exaltava os invasores, defendia a ação e orientava os participantes”, diz trecho relatório divulgado pela Folha de S.Paulo.
Ao Mais Goiás, Genival confirmou que fez a transmissão no dia 8 de janeiro, mas que o canal foi removido um dia depois, e que desconhece qualquer valor. “A plataforma alegou ferimento das diretrizes. Como foi ao vivo, creio que foi alguma palavra que feriu. Mas esse valor eu desconheço, meu canal era pequeno.”
Questionado se participou da invasão, ele afirma que não. “As invasões foram uma surpresa. Eu cobri o evento de longe. Em momento algum entrei nas sedes dos poderes. Defendo a manifestação pacífica, sob a Constituição”, negou a incitação a ilícitos.
Relatório
Além dele, os documentos indicam que outros influenciadores tiveram papel de destaque na radicalização que levou aos atos antidemocráticos e, claro, faturaram com isso. A Abin entregou os documentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as manifestações golpistas do 8 de janeiro.
Segundo a agência, os “influencers” dão força a narrativas, além de canalizar queixas e ressentimentos pessoais e coletivos em críticas políticas contra governos e instituições. E, ainda, são responsáveis por estimular a polarização e incitar outras pessoas à violência.
Conforme o relatório: “[Eles] auxiliam na criação de uma visão polarizada, que a partir dela a hostilidade é direcionada a um alvo cuja existência é considerada uma ameaça. Ainda que indivíduos com esse perfil geralmente não participem de ações com maior grau de violência, sua função é essencial para incitar outras pessoas a realizarem atos de extremismo violento.”
Fonte: Mais Goiás