FormosaGoiás

Advogado é condenado por decapitar cinco cães como forma de ameaça à madrasta

O juiz da 2ª Vara Criminal de Formosa, Fernando Oliveira Samuel, condenou um advogado a 4 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de furto e por ter decapitado cinco cães de estimação da madrasta como forma de ameaça. Os crimes foram cometidos em março de 2021, em meio a uma disputa pela herança do pai falecido.

Consta dos autos que o homem, no dia 27 de março de 2021, furtou da casa da madrasta, Raimunda Antunes de Oliveira, cerca de R$ 10 mil em espécie, corrente de ouro, bolsinha contendo vários remédios e documentos pertencentes à vítima. Já no dia 30 de março, o advogado foi até a fazenda de Raimunda, pegou os cães da madrasta e os decapitou.

Para o magistrado, ficou comprovado a prática do crime de maus-tratos. “Não há dúvidas de que o acusado subtraiu os cães pertencentes à vítima na oportunidade dos fatos e, em seguida, mutilou os referidos animais, deixando as cabeças deles em frente a residência da vítima Raimunda, como forma de vingança por desacordo advindo de disputa patrimonial”, destacou.

O entanto, apesar do advogado ter negado que cometeu o crime, o juiz afirmou que a alegação dele não resiste às provas judiciais já destacadas. “Isso porque consta do processo prova testemunhal ocular do momento em que o acusado levou a cachorra Quica e seus filhos da fazenda, momentos antes de as cabeças dos animais terem sido encontradas na porta da residência da vítima. Desse modo, afasto a negativa de autoria apresentada pelo acusado”, frisou.

Sendo assim, o juiz salientou “que restou comprovado que o acusado mutilou cães, causando-lhes a morte, impositivo o reconhecimento das circunstâncias agravantes do crime de maus-tratos a animais, conforme dispõe o artigo 32, parágrafo 1º-A e 2, da Lei nº 9.605/98”.

De acordo com Fernando Samuel, a materialidade do crime de furto também ficou comprovada no processo, uma vez a prova oral produzida nos autos, como o relato da vítima, da informante e das testemunhas, comprovam que o advogado também cometeu o furto.

Relembre

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Formosa, concluiu o inquérito que investigava o caso em novembro de 2021.

Segundo o delegado Paulo Henrique Ferreira Santos, responsável pelo caso à época, o investigado teria subtraído os animais de uma propriedade rural pertencente ao seu pai, o qual havia falecido dias antes. O ato seria uma forma de ameaçar a madrasta a respeito das tratativas das questões patrimoniais relacionadas aos bens deixados pelo pai.

Conforme relata o delegado, o advogado foi apontado como autor do crime logo após o ocorrido, mas negava ter decapitado os animais. Durante a investigação, o suspeito, que reside em Curitiba, chegou a ser ouvido informalmente algumas vezes em Formosa. “Recentemente, porém, áudios começaram a circular na cidade, nos quais o investigado confirma que matou os animais”, explica o delegado.

Segundo o delegado Paulo Henrique, na época, o homem alegou que entrou no imóvel da madrasta para resgatar bens do pai dos quais a mulher teria tomado posse. “Ele chegou a registrar uma ocorrência de furto contra a madrasta pra justificar a entrada na casa dela”, contou quando da finalização do inquérito.

Fonte: O Hoje

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *