Com entrada do PP no governo Lula, José Nelto defende indicação de parlamentar com mandato para ministério
A iminente entrada do PP na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mexido com os bastidores da política em Brasília. De acordo com o deputado federal José Nelto, em entrevista ao portal Mais Goiás nesta quarta-feira (12/07), foi o próprio petista que convidou os Progressistas a participarem da gestão, ao notar que o partido tem entregado mais votos que legendas com nomes indicados em ministérios como o MDB, PSD e União Brasil.
Para José Nelto a entrada dos Progressistas na base do governo com indicações ministeriais só consolida o que a bancada do partido já tem mostrado na Câmara dos Deputados. “Nós entregamos 90% dos votos necessários para aprovação das principais votações até aqui”, destaca ao Mais Goiás. Para ele, isso representa a adesão não a um governo, mas “ao Brasil”. O governo Lula tem vivido momentos de instabilidade na relação com a Câmara, especialmente entre as legendas ligadas ao ‘centrão’.
Ao portal, José Nelto ainda destaca que se a participação do PP se consolidar, a bancada defende o nome de um parlamentar com mandato para atuar em ministérios. Ainda é cedo, no entanto para definir quais lugares o partido ocupará. Fala-se em indicações para a Caixa Econômica Federal, Saúde, Desenvolvimento Social e até Esportes.
Leia alguns trechos da entrevista com o deputado federal José Nelto:
Domingos Ketelbey: Como o senhor tem acompanhado a discussão da entrada do Progressistas na base do presidente Lula com eventual indicação de ministérios?
José Nelto: A bancada do PP, conduzida pelo líder André Fufuca e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, tomou a decisão de ajudar o Brasil. Partidos com o MDB, PSD e União Brasil não estavam dando estabilidade para a governabilidade do país. O PP sem ter indicação em ministérios, entregava votos que o Governo e o país precisava. Nós entregamos 90% dos votos na PEC da transição para garantir o Bolsa Família e tirar as famílias da fila do osso. A reforma tributária só aconteceu porque a bancada do PP ao entender que o Brasil precisava de uma reforma tributária de estado, garantiu a votação. Quando o presidente da República viu que a governabilidade está no PP, evidentemente, que ele convidou para que o partido pudesse participar da base governista no Brasil.
Domingos Ketelbey: E a participação do partido em algum ministério? Isso já foi discutido?
José Nelto: Como será feita a participação e quais as posições se o partido tiver em algum ministério, eu defendo que o nome da indicação seja escolhido entre a bancada do partido. A bancada do PP tem grandes nomes para ser ministro e representar bem o Brasil.
Domingos Ketelbey: Qual o principal objetivo do partido hoje?
José Nelto: É um comprometimento com o Brasil. Ajudamos na PEC da transição. A gente mostra que temos compromisso com o Brasil. Não podemos aceitar retrocessos nas reformas. Finalizando agora a reforma tributária, vamos partir para a administrativa. Temos a reforma do Poder Judiciário, a reforma do sistema penal. O PP é um partido reformista.
Domingos Ketelbey: O nome do Alexandre Baldy, presidente do PP em Goiás, chegou a ser cogitado no passado. Seria uma boa indicação?
José Nelto: O nome do Alexandre Baldy é bom, mas a bancada defende um parlamentar com mandato. Se depender de voto, ele é meu nome preferido e acredito que da maioria do partido. Ele é um homem de palavra, de qualidade, goza do respeito de todos, inclusive do Ciro Nogueira e do Arthur Lira além de ter trânsito e diálogo com outros partidos.
Domingos Ketelbey: O Ciro Nogueira ter atuado como braço-direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente na segunda metade de seu mandato não pode ser um empecilho para essa adesão?
José Nelto: Ciro Nogueira não é bolsonarista. Ele é pela governabilidade do Brasil. Tá preocupado com o Brasil. Até o Ciro Nogueira já mostrou seu comprometimento em fazer reformas e se posicionou favorável a reforma tributária apesar das mudanças que devem sofrer no Senado Federal. Mas o partido deve se posicionar favoravelmente no Senado.
Fonte: Mais Goiás
