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Ataques de orcas a embarcações surpreendem tripulantes e intrigam pesquisadores

Uma série de incidentes perturbadores está ocorrendo nos mares, deixando cientistas e tripulantes perplexos. As orcas estão colidindo deliberadamente com embarcações na Europa, em um comportamento até então inexplicável que parece não se desvendar. Esses animais estão mirando especificamente no leme das embarcações, indicando ações automatizadas. Após o impacto, as orcas simplesmente se afastam e dão a impressão de estarem satisfeitas. Até o momento, nenhum humano foi ferido fatalmente, mas esse comportamento tem gerado grande preocupação em Portugal, Espanha, Gibraltar e, agora, na Escócia.

Uma das possibilidades estudadas pelos cientistas é de que as orcas estejam reagindo a mudanças no oceano associadas à ação humana, como mudanças climáticas, estresse, redução na disponibilidade de peixes ou pelo aumento no número de embarcações. Outra hipótese é que esse comportamento seja uma espécie de “mania” ou “modismo” entre as orcas.

Segundo a ONG portuguesa Orca Atlântica,  somente este ano foram 53 interações só na área do Estreito de Gibraltar, sendo 31 avistamentos e 12 ataques a barcos, três dos quais naufragaram. Mas as orcas não atacaram os tripulantes. No total, desde 2020, os pesquisadores estimam que podem chegar a 500 interações, a maioria sem consequências, mas ainda assim intrigantes.

O que torna o incidente ainda mais interessante, é que segundo relato dos marinheiros enquanto mais veloz estiver o barco, mais as orcas batem. E a perseguição pode durar até mais de uma hora, com os animais emergindo, batendo e sumindo, até se satisfazerem e desaparecerem de vez.

“Orcas são animais extremamente inteligentes e a repetição desse comportamento em populações distintas desses cetáceos chama a atenção. Pode ser uma reação a alterações associadas à ação humana” afirma José Lailson Brito Junior, oceanógrafo e um dos coordenadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua) da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) ao O Globo.

Até junho, a explicação mais plausível para os ataques de orcas a embarcações era associada a um comportamento defensivo de uma população específica de orcas, conhecida como população ibérica. Esse comportamento teria sido iniciado por uma orca batizada por investigadores portugueses como Gladys. Gladys e seu grupo de 15 cetáceos se tornaram virais nas redes sociais por atormentarem os barcos que passasem próximos a ela.

Acredita-se que, após um possível incidente em que Gladys teria sido atingida por um velador, ela adotou uma postura defensiva e passou a atacar aéreo. Na suposta teoria por vigança, Gladys pode ter sido refutada trazendo um novo capítulo para as águas escocesas. Foi nessa região que outro grupo de orcas, pertencente a uma população distinta e sem relação com as orcas ibéricas, lutou um veleiro de sete toneladas no Mar do Norte, nas Ilhas Shetlands, um arquipélago localizado na costa da Escócia, a mais de três mil milhas de distância das águas freqüentadas por Gladys e sua família, segundo aponta os pesquisadores.

Mistério

A busca pela compreensão desse fenômeno é de extrema importância, tanto para a segurança das tripulações quanto para a preservação desses animais marinhos. Os pesquisadores estão acompanhando estudos e análises isoladas para entender os fatores desencadeantes desse comportamento e buscar soluções para prevenir futuros incidentes.

Profissionais afirmam no entanto, que enquanto o mistério persistir, é essencial promover uma maior conscientização sobre a interação entre seres humanos e animais marinhos, assim como implementar medidas de proteção e preservação desses ecossistemas.

Fonte: O Hoje

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