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Kim Jong-un e Vladimir Putin se encontram na Rússia: ‘Juntos na luta contra o imperialismo’

Reunião aconteceu no Cosmódromo de Vostochny, no extremo leste da Rússia, nesta quarta-feira (13). Putin afirmou que Rússia vai ajudar Coreia do Norte a construir satélites.

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente de Rússia, Vladimir Putin, se encontraram na base de lançamento espacial russa de Vostochny, no extremo leste do país, nesta quarta-feira (13). Durante o encontro, Kim disse que está junto de Putin na luta contra o imperialismo.

A conversa durou cerca de quatro horas e Kim segue viagem de volta para Pyongyang.

O líder norte-coreano chegou à Rússia na terça-feira (12). Ele viajou de trem até o país. Já nesta quarta, ao lado de Putin, Kim Jong-un disse que as relações com os russos estão entre as prioridades máximas da Coreia do Norte.

Fazendo uma referência ao conflito na Ucrânia, o líder norte-coreano afirmou que apoia as decisões de Putin e que a Rússia está em uma “guerra sagrada” para defender sua a soberania e segurança.

“Tenho certeza de que permaneceremos juntos na luta contra o imperialismo”, disse Kim.
Durante o encontro, Putin indicou que a Rússia vai ajudar a Coreia do Norte a construir satélites. Recentemente, Pyongyang tentou colocar em órbita dois satélites de espionagem, mas ambos falharam.

O Cosmódromo de Vostochny, onde o encontro aconteceu, foi o local de lançamento da missão Luna-25, em agosto. A missão acabou falhando após a colisão do módulo russo contra a Lua.

“É por isso que viemos aqui. O líder da Coreia do Norte mostra grande interesse na engenharia de foguetes, eles também estão tentando desenvolver o espaço”, disse Putin.
A TV estatal russa afirmou que os dois líderes andaram pelas instalações do cosmódromo e que Kim fez uma série de perguntadas detalhadas a Putin.

Questionado por jornalistas sobre uma possível cooperação técnica-militar com a Coreia do Norte, o presidente russo disse que vai discutir todos os tópicos e problemas com Kim Jong-un.

Putin também afirmou que é necessário discutir a cooperação econômica e a situação da região. Rússia e Coreia do Norte fazem fronteira.

Expectativas do Ocidente
Para esta quarta-feira, a expectativa é de que Putin use a reunião para tentar obter armamentos para usar na guerra na Ucrânia, segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela agência de notícias Associated Press.

A Coreia do Norte detém um arsenal de armas desenvolvido de acordo com os padrões soviéticos que poderiam ser utilizados no conflito.

Em troca, Kim poderia obter auxílios para seus setores de energia e alimentação, além de tecnologia para desenvolvimento de armamentos mais avançados, como mísseis balísticos intercontinentais.

Segundo a Coreia do Sul, o ditador norte-coreano está levando consigo Jo Chun Ryong, encarregado de políticas de munições, Pak Thae Song, presidente do comitê de ciência e tecnologia espacial da Coreia do Norte e Kim Myong Sik, almirante da Marinha responsável pelo planejamento de submarinos com capacidade nuclear.

Especialistas acreditam que a Coreia do Norte teria dificuldade em adquirir tais avanços tecnológicos sem ajuda externa, embora não esteja claro se a Rússia partilharia suas tecnologias.

Jon Finer, o vice-conselheiro-chefe de segurança nacional do presidente dos EUA disse a repórteres que essa “pode ser a melhor e a única opção” para Moscou manter o esforço na guerra.

“Temos sérias preocupações sobre a possibilidade de a Coreia do Norte vender armas aos militares russos”, disse ele.

Mísseis lançados

Momentos antes do encontro entre Kim e Putin, a Coreia do Norte lançou dois misseis balísticos, que caíram no mar, de acordo com autoridades do Japão e da Coreia do Sul.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte tem feito uma série de disparos de mísseis. Os testes foram vistos como resposta a exercícios militares feitos pela Coreia do Sul em conjunto com os Estados Unidos.

No fim de agosto, os militares liderados por Kim Jong-un simularam um ataque nuclear contra a Coreia do Sul. Segundo Pyongyang, o objetivo era preparar o exército para uma guerra contra os sul-coreanos.

Fonte: G1

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