Agressão

O que se sabe sobre confusão na Unicamp que terminou com professor mostrando faca para aluno

Aluno denuncia ter sido agredido e que o docente teria tentado esfaqueá-lo. Defesa do professor confirmou que ele levava uma faca e um spray de pimenta, mas que usou para se defender

Um professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi flagrado mostrando uma faca para um aluno durante uma confusão na manhã desta terça-feira (3). O estudante afirma que o docente o agrediu e tentou esfaqueá-lo durante uma manifestação.

Em um vídeo publicado nas redes sociais é possível ver o momento em que o docente e outro aluno aparecem brigando no chão, enquanto estudantes gritam e questionam: ‘esfaqueou?’.

A confusão teria começado por volta das 7h, quando estudantes visitavam as salas da Unicamp para chamar outros alunos para uma paralisação. O professor Rafael de Freitas Leão teria pedido que saíssem, o que gerou o desentendimento. Um aluno diz que, nesse momento, o docente o agrediu.

🔪 Professor portava faca e spray de pimenta
À EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa do docente confirmou que ele levava uma faca e um spray de pimenta, mas que usou para se defender.

🚨 Estudantes dizem que foram agredidos
Gustavo Bispo, que tem 20 anos e é diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), disse ter sido o primeiro alvo das agressões. À EPTV, ele contou que o professor agiu com violência logo que entrou na sala para explicar os motivos da paralisação.

“A gente ia dialogar pedindo para esses professores cancelarem as aulas. Eu cheguei na sala primeiro do que ele, parei na porta e falei: ‘professor, podemos conversar, posso explicar pra vocês essa paralização?’. Não houve nem resposta. Ele já falou: ‘sai da minha frente'”, afirma.

👨‍🏫 Professor diz que queria se defender
Rafael de Freitas Leão é professor do Instituto de Matemática da Unicamp e disse à polícia que em 2016 sofreu ameaças de alunos. Por isso, carregava um spray de pimenta e faca para se defender. Ao chegar na instituição pela manhã, viu um grupo de alunos se aglomerando na entrada da sala. Ainda segundo boletim, ao tentar entrar na sala, foi abordado por Gustavo, que teria dito que ele não daria aula em decorrência da paralisação.

No depoimento, Leão diz que o aluno o empurrou e, por esse motivo, pegou a faca e o spray de pimenta. O rapaz teria se afastado e ele guardando o armamento. O docente afirmou que muitos jovens se aglomeraram ao seu redor, incluindo João, que teria chamado os alunos para avançarem contra ele. Por medo de ser linchado, conta que usou o spray de pimenta. Seguranças se aproximaram e o levaram para uma sala, onde esperou a Polícia Militar.

📚 Instituto sugeriu suspensão das aulas
O Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da Unicamp sugeriu na segunda-feira (2), por conta da paralisação, que os docentes considerassem a possibilidade de suspensão das aulas nesta terça-feira (3). A sugestão, contudo, não foi acatada pelo professor.

Em nota, o Conselho Interdepartamental (CI) do IMECC lamentou o ocorrido e repudiou “os atos de violência praticados por um de nossos docentes durante a paralisação das atividades discentes”.

Segundo o instituto, o assunto da paralisação foi pautado na segunda-feira em uma reunião do CI e, após discussão, com o intuito de minimizar possíveis conflitos ou situações desconfortáveis entre docentes e estudantes, foi decidido pelo envio de uma mensagem para a lista de e-mail de docentes sugerindo que considerassem a possibilidade de suspensão das aulas nesta terça.

📣 O que diz a Pró-Reitoria de Graduação (PRG)
Em postagem nas redes sociais, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) manifestou repúdio às atitudes do professor, e disse que se posiciona pela aplicação imediata dos procedimentos administrativos e legais necessários, “compatíveis com a gravidade do caso”.

“A PRG vem a público manifestar repúdio às atitudes de um servidor docente, amplamente divulgadas nas redes sociais e na mídia nacional, de: ir armado para a sala de aula; tentar infligir uma facada em um estudante; atacar outro estudante com spray de pimenta.”

🚨 Como o caso foi registrado
O boletim de ocorrência foi registrado no plantão policial do 1º Distrito Policial como lesão corporal e incitação ao crime, tendo Rafael como vítima e Gustavo como autor. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal.

📚 O que diz a Unicamp
Por meio de nota, a Reitoria da Unicamp informou que repudia “os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo”. Diz ainda que “a conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis”.

“Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”.

Fonte: G1

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