Goiás

PMs presos em operação que investiga assassinatos em Goiás mataram sete pessoas para se livrarem de provas relacionadas a morte de empresário, diz MP

Foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão. Empresário foi morto em 2021.

Os policiais militares que foram presos durante a “Operação Tesarac” são suspeitos de matar sete pessoas para se livrarem de provas relacionadas ao assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, em 2021, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo o documento do Ministério Público obtido pelo g1, os militares teriam promovido falsos confrontos para eliminar as testemunhas – veja lista de presos no final do texto.

Em nota, o advogado do policial militar Adriano Azevedo Souza afirmou que a prisão é desnecessária, pois o investigado é honrado e serviu a corporação por muitos anos. Já a defesa do policial Jhonatan Ribeiro de Araújo afirmou que irá se manifestar após ter acesso a todo o conteúdo da investigação.

O g1 solicitou um posicionamento da defesa de Thiago Marcelino Machado e aguarda retorno. Além disso, a reportagem tentou localizar a defesa dos demais investigados, mas não obeteve sucesso até a última atualização do texto.

A motivação para o assassinato de Fábio Alves Escobar Cavalcante não foi divulgada. Conforme o documento do MP, para encobrir o crime, foram mortos: Bruna Vitória Rabelo Tavares, Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana, Mikael Garcia de Faria, Bruno Chendes, Edivaldo Alves da Luz Junior e Daniel Douglas de Oliveira Alves.

Denúncia

Os policiais militares foram presos na terça-feira (19) durante a operação que investiga assassinatos em Anápolis e Terezópolis de Goiás.

Segundo a denúncia, uma testemunha chegou a dizer que o policial Glauko Olivio de Oliveira “plantou” uma arma de fogo, utilizada para matar Bruna Vitória Rabelo Tavares, com a finalidade de atribuir a autoria do homicídio dela aos outros amigos mortos na ocasião – Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria.

O grupo de policiais é suspeito também de coletar informações prévias sobre as vítimas, como fotografia da placa de carro e localização em tempo real. Eles faziam o monitoramento e tinham até equipamento de rastreamento eletrônico, que foi colocado no carro de uma das vítimas.

Segundo as conversas de Marco Aurélio Silva Santos, Thiago Marcelino Machado e Adriano Azevedo Souza, os policiais militares envolvidos executaram um dos confrontos no período noturno, horário em que a rua ficaria com menos movimento de pessoas e carros.

A denúncia apontou ainda que os policiais tinham movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos da Polícia Militar. Consta que Marcos Jesus Rodrigues movimentou cerca de R$ 6 milhões de reais durante o período de 4 anos, enquanto que Almir Tomas de Aquino Moura movimentou R$ 5,8 milhões de reais.

Veja quem são os policiais presos na Operação Tesarac:
Glauko Olivio de Oliveira
Marcos Jesus Rodrigues
Almir Tomás de Aquino Moura
Erick Pereira da Silva
Thiago Marcelino Machado
Adriano Azevedo Souza
Wembleyson Azevedo Lopes
Jhonatan Ribeiro de Araújo
Marco Aurélio Silva Santos
Rodrigo Moraes Leal
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, junto com outras as Forças de Segurança afirmou que “não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta”. A Corregedoria da PM-GO informou que abriu os os procedimentos legais cabíveis e o Em nota, o MP afirmou que acompanha a investigação e que aguarda a conclusão da apuração para as providências cabíveis à instituição.

Fonte: G1

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