Crime

Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre sequência de mortes após tiroteio no Grande Recife

Entre quinta e sexta-feira, 8 pessoas morreram, incluindo dois policiais, o suspeito de atirar contra eles e ao menos 4 parentes do atirador.

Em menos de 24 horas, Pernambuco registrou uma sequência de assassinatos que resultou na morte de oito pessoas. Primeiro, dois policiais militares morreram após trocar tiros com um homem armado em Camaragibe, no Grande Recife. Horas depois, três irmãos do suspeito foram assassinados no mesmo bairro onde ocorreu o tiroteio.

Na manhã de sexta (15), o atirador morreu em confronto com PMs e os corpos da mãe dele e de uma mulher não identificada foram encontrados em Paudalho, na Zona da Mata Norte do estado.

Como ocorreram os crimes?
Foram registrados, ao todo, quatro conflitos que resultaram nas mortes:

O primeiro se deu por volta das 21h da quinta (14), quando houve uma troca de tiros entre policiais militares e um homem, identificado como Alex Silva, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe.
Dois agentes do 20º Batalhão da Polícia Militar foram baleados na cabeça e encaminhados a unidades de saúde.
O cabo Rodolfo José da Silva foi levado ao Hospital da Restauração, na área central do Recife, e o soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana deu entrada na UPA da Caxangá, na Zona Oeste da cidade. Ambos morreram durante os atendimentos.
No tiroteio, foram atingidas ainda mais duas pessoas: uma mulher grávida e um adolescente de 14 anos, que, até a última atualização desta reportagem, seguiam internados no Hospital da Restauração.
Por volta das 2h da sexta, no mesmo bairro onde ocorreu o tiroteio, três irmãos foram baleados por homens encapuzados: Ágata Ayanne da Silva, Amerson Juliano da Silva e Apuynã Lucas da Silva. O crime foi transmitido ao vivo no Instagram.
Horas depois, por volta das 11h, a Polícia Militar localizou, em Tabatinga, Alex Silva, que trocou tiros com o efetivo e morreu com disparos na cabeça e no tórax;
Também nesta sexta, os corpos de Maria José, mãe de Alex, e de outra mulher ainda não identificada foram encontrados num canavial em Paudalho.

Quem são as vítimas?
As oito pessoas mortas são:

Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos: soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar;
Rodolfo José da Silva, de 38 anos: cabo do 20º Batalhão da PM.
Alex da Silva Barbosa, de 33 anos: suspeito de matar dois PMs em tiroteio;
Maria José Pereira da Silva, de idade não divulgada: mãe de Alex;
Ágata Ayanne da Silva, de 30 anos: irmã de Alex;
Amerson Juliano da Silva, de 25 anos: irmão de Alex;
Apuynã Lucas da Silva, de 25 anos: irmão de Alex;
Mulher não identificada: encontrada junto ao corpo da mãe de Alex, em Paudalho.

Em entrevista coletiva na sexta (15), o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, disse que a operação realizada em Tabatinga começou depois que a polícia recebeu a informação de que havia homens armados sobre a laje de uma casa (veja vídeo acima).

De acordo com o secretário, quando o efetivo chegou ao local, Alex começou a disparar, “de cima da uma escada”, contra os policiais. Carvalho informou também que, na residência, havia outras pessoas, que fugiram durante o confronto e ainda não foram identificadas.

O atirador estava sendo investigado pela polícia?
Não. De acordo com o secretário Alessandro Carvalho, Alex não estava sendo investigado, nem tinha antecedentes criminais.

Segundo o gestor, o suspeito de atirar nos policiais tinha registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

Em que circunstâncias os parentes do suspeito foram mortos?
O primeiro crime após o tiroteio ocorreu por volta das 2h de sexta, na Rua São Geraldo, em Tabatinga, onde três irmãos de Alex – Ágata, Amerson e Apuynã – foram assassinados.

O triplo homicídio foi filmado e transmitido por Ágata no Instagram. As imagens mostram o momento em que dois homens encapuzados e armados se aproximam das vítimas, mandam elas se ajoelharem e atiram nelas.

Ágata e Amerson morreram no local e Apuynã foi baleado e levado para o Hospital da Restauração, no Recife. Segundo a governadora Raquel Lyra, Apuynã morreu na unidade de saúde.

Horas depois, na manhã de sexta, os corpos de duas mulheres foram achados num canavial em Paudalho, na Mata Norte. Uma delas era Maria José Pereira da Silva, mãe de Alex.

A segunda mulher estava sem documento e não teve a identidade confirmada. De acordo com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, a polícia investiga se a oitava vítima era a esposa de Alex Silva.

O que falta esclarecer sobre os assassinatos?
Os crimes serão investigados pelo delegado Ivaldo Pereira, gestor do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. Entre os pontos que precisam ser desvendados, estão:

Quem são os homens encapuzados que mataram os irmãos de Alex?
São as mesmas pessoas que assassinaram as mulheres encontradas em Paudalho?
A mulher encontrada ao lado do corpo da mãe de Alex é a esposa dele?
Quem eram as pessoas que estavam no local do tiroteio?
Por que Alex, que, segundo o secretário Alessandro Carvalho, não tinha antecedentes criminais nem estava sendo investigado, atirou nos policiais?

Fonte: G1

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