Saúde

Ministério da Saúde recebe remédio que simplifica tratamento do vírus HIV

O Ministério da Saúde recebeu nesta terça-feira (24) as primeiras unidades de uma combinação inédita composta por dois medicamentos destinados ao tratamento de pacientes com HIV/Aids.

O regime de dosagem simplificada com os antirretrovirais Dolutegravir 50mg + Lamivudina 300mg é fornecido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e promete mais facilidade e praticidade para o tratamento dos pacientes, uma vez que, segundo especialistas, é capaz de inibir a replicação do vírus HIV e sua capacidade de infectar novas células.

Os antirretrovirais já são oferecidos pelo SUS separadamente aos pacientes com HIV. O Ministério da Saúde explicou à CNN que a incorporação à rede do chamado “dovato” –que é a combinação dos dois medicamentos– já foi aprovada e a previsão é que a distribuição aos estados comece até o fim de 2023.

“Um dos desafios mais importantes no tratamento de pessoas vivendo com HIV ou Aids é a adesão. A redução no número de comprimidos visa aprimorar esse ponto”, disse a pasta, em nota.

De acordo com a Fiocruz, que é o principal distribuidor de antirretrovirais para o SUS, o tratamento do HIV envolvia combinações de vários medicamentos de diferentes classes para suprimir efetivamente o vírus e retardar a progressão da doença. Uma única dose diária de um comprimido deste medicamento vai garantir a eficácia e auxiliar na continuidade do tratamento, com menor potencial de efeitos adversos graves.

Segundo o instituto, há a previsão de entregar ainda neste ano para distribuição no SUS 10,8 milhões de unidades de antirretroviral combinado. Para 2024, foram solicitadas pelo governo federal 30 milhões de unidades.

“O fornecimento destes medicamentos combinados para o SUS contribuirá significativamente para a efetividade e continuidade dos tratamentos em pacientes adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade e peso mínimo de 40 kg. Além de ter dosagem mais simples e redução da carga de comprimidos, diminui o potencial para interações medicamentosas e efeitos colaterais”, explicou o diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Jorge Mendonça.

O Dolutegravir 50 mg + Lamivudina 300 mg é fruto de um acordo de transferência de tecnologia assinado em julho de 2020 entre Farmanguinhos/Fiocruz e as empresas farmacêuticas privadas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline (GSK).

A ideia é ter autonomia para uma produção totalmente nacional. Desde maio de 2022, quando a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) deferiu o peticionamento de Farmanguinhos, o instituto tornou-se apto para fornecer a demanda deste medicamento para o Ministério da Saúde.

“Ao final desta transferência de tecnologia, Farmanguinhos/Fiocruz estará com autonomia para realizar todas as etapas produtivas do medicamento, garantindo qualidade e praticidade para os pacientes do SUS”, destacou Mendonça.

Fonte: CNN

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