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Pai adotivo é investigado por produzir vídeos com estupros dos filhos

Investigações mostram que pai adotivo dirigia e compartilhava filmes pornográficos feitos com os filhos em rede de pedofilia

São Paulo — Um vídeo no qual um enfermeiro abusa sexualmente de um garoto de 9 anos, em 2019, ajudou a Polícia Civil de São Paulo a descobrir um esquema sórdido de pedofilia organizado pelo pai adotivo da criança.

José Aparecido da Silva, de 48 anos, foi preso temporariamente (foto em destaque) na última segunda-feira (11/12), em São Vicente, no litoral paulista. A defesa dele não foi encontrada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Barueri, na Grande São Paulo, identificou José como o homem que mantém relações sexuais no vídeo com a criança, que atualmente está com 13 anos de idade e sob os cuidados do Conselho Tutelar.

O registro e a direção das cenas de sexo foram feitos pelo pai da vítima, que a adotou juntamente com o irmão, dois anos mais velho, há cerca de sete anos.

A prisão do enfermeiro resultou da quebra do sigilo telefônico do pai do garoto, um cadeirante cujo nome não foi informado e contra o qual há um mandado de prisão temporária, de 30 dias, em aberto. Ele estava foragido até a publicação desta reportagem.

Abusos com supervisão
O cadeirante adotou os dois irmãos, em Mauá, região metropolitana, quando ambos tinham 6 e 8 anos. Na ocasião, o homem mantinha um relacionamento de mais de 10 anos com um companheiro, o qual desconhecia os abusos, como foi constatado em investigações da Polícia Civil de Barueri. A relação deles acabou há cerca de um ano.

Após as adoções, feitas legalmente, a família mudou-se para São Roque, cidade onde as crianças teriam sido abusadas sexualmente, por terceiros, sob a supervisão do pai cadeirante. Ele se aproveitava das ausências do companheiro, em viagens por exemplo, para produzir conteúdo de pornografia infantil com os próprios filhos, como mostram as investigações da DDM.

Isso durou até 2019, quando a família se mudou para Barueri e o filho mais velho foi morar com um parente, fora de São Paulo.

Rede de pedofilia
O Metrópoles apurou que os vídeos eram compartilhados em uma rede de pedofilia, com ramificações em todo o Brasil e no exterior, na qual novos abusadores eram atraídos pelo pai dos garotos.

Um desses criminosos negociou com o pai dos meninos, por meio de mensagens, para manter relações com o mais novo, em um motel. Para isso, pediu fotos do menino, pelado.

Assim que recebeu as imagens, o interlocutor afirmou que não era pedófilo, acrescentando pretender denunciar o pai adotivo do garoto à polícia, caso ele não fizesse um depósito via Pix. O cadeirante realizou uma transferência, com um valor abaixo do solicitado pelo golpista, e procurou a DDM de Barueri, onde fez uma denúncia que não convenceu a polícia.

Em meados de maio deste ano, o cadeirante admitiu à polícia ter feito fotos do filho nu para conseguir, segundo ele, identificar o interlocutor que, disse ainda na delegacia, estaria aliciando seu filho mais novo com a solicitação de fotos da criança despida.

O celular do pai foi apreendido e, após perícia, a polícia recuperou conversas anteriores, que haviam sido apagadas, confirmando o envolvimento do cadeirante em uma rede de pedofilia, na qual negociava com criminosos sexo envolvendo o filho mais novo.

A vítima de 13 anos foi acolhida pelo Conselho Tutelar de Barueri no fim de setembro, após ser encontrada na rua tarde da noite, suja, descalça e com fome. O garoto afirmou aos conselheiros que não pretendia voltar para casa e acrescentou ter sofrido violência física e psicológica por parte do pai cadeirante.

A reportagem apurou que, até o momento, há três inquéritos policiais instaurados para investigar os crimes atribuídos ao pai adotivo, cujo paradeiro ainda é desconhecido.

Fonte: Metrópoles

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