Economia

S&P eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou nesta terça-feira (19) elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB. A perspectiva é estável.

Essa classificação ainda indica um “grau especulativo” — o que, segundo a agência, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. (saiba mais abaixo)

Em nota, a S&P destaca a aprovação da reforma tributária brasileira e perspectivas melhores de crescimento econômico como pontos positivos do cenário brasileiro. Por outro lado, a agência destaca que o déficit nas contas públicas segue elevado, e passa por correção muito gradual.

Veja abaixo o resumo:

Uma reforma tributária recentemente aprovada no Brasil amplia o histórico do país de implementação pragmática de políticas nos últimos sete anos.
As perspectivas de crescimento económico melhores, mas ainda moderadamente fracas, e uma situação fiscal fraca continuam a restringir a qualidade de crédito do Brasil.
A nossa perspectiva estável reflete a nossa expectativa de que o país realizará progressos lentos na resolução dos desequilíbrios fiscais e de perspectivas econômicas ainda fracas, equilibradas por uma posição externa forte e uma política monetária que está a ajudar a reancorar as expectativas de inflação.
“A perspectiva estável reflete nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo”, diz a agência.

“Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes executivo, legislativo e judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados.”

Esta reportagem está em atualização.

Mudança em junho
O Brasil havia sido rebaixado pela S&P para a nota BB- em 2018. Apenas em junho deste ano, a agência de risco mudou a perspectiva da nota para positiva, indicando que o país poderia melhorar sua classificação.

A perspectiva positiva para o país não acontecia desde 2019. À época, a S&P afirmou que o movimento refletia sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária, que poderiam acabar beneficiando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

De acordo com a S&P, apesar de o Brasil ainda registrar grandes déficits fiscais, o avanço da atividade e um caminho mais claro para a política fiscal podem resultar em um ônus da dívida do governo “menor do que o inicialmente esperado.”

“Isso poderia dar suporte à flexibilização monetária e à posição externa líquida do Brasil”, afirmou a empresa em comunicado.

“Tais evoluções reforçariam nossa visão sobre a resiliência da estrutura institucional do Brasil, com uma formulação de políticas estável e equilibrada entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo”, acrescentou.
A agência indicava em seu cenário positivo que, se o governo conseguir implementar políticas econômicas “pragmáticas” e que fossem capazes de conter as vulnerabilidades nas finanças públicas do país, seria possível projetar um aumento de nota.

“A chave para isso seria a aprovação de reformas adicionais — entre elas, a reforma tributária atualmente em debate”, acrescentou.

O que essa mudança significa?
A elevação da nota de crédito do país reflete a solidez e a saúde das finanças do Brasil, indicando sua capacidade em honrar com seus compromissos financeiros ao longo do tempo. Quanto maior é essa classificação, mais confiável o país é.

Isso porque quanto maior é a nota de um país, mais os investidores (principalmente estrangeiros) tendem a alocar recursos em sua economia, promovendo um maior crescimento da atividade.

Com a melhora da nota, o país fica a dois degraus do grau de investimento.

O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody’s.

A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais, Fitch e Moody’s

Segundo analistas de mercado, historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o selo de país bom pagador.

Fonte: g1

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