Celeste Fishbein era babá e trabalhava em um kibutz – pequena comunidade rural – quando se separou dos familiares, após o início dos bombardeios. Família passou 20 horas presa num bunker para escapar das bombas na região e acha que a jovem foi capturada por extremistas.
Uma jovem de 18 anos, filha de uma família de judeus brasileiros que vive em Israel, é uma das centenas de desaparecidos no conflito atual entre israelenses e palestinos, iniciado após o ataque do grupo extremista Hamas deste sábado (7).
Celeste Fishbein era babá e trabalhava em um kibutz – pequena comunidade rural – perto da Faixa de Gaza. Ela deixou de d
A família acredita que ela pode ter sido capturada por extremistas junto com o companheiro e ter sido levada como refém para uma área de controle palestino na região.
A jovem israelense é filha de mãe e avó brasileiras, nascidas em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. Elas viviam também num outro kibutz na região de Gaza, depois de terem saído do Bom Retiro, em São Paulo, rumo ao Estado de Israel.
A família Fishbein perdeu contato depois do início dos ataques terroristas, que obrigaram todos os moradores das comunidades rurais a se abrigarem dentro de bunkers de proteção, espécie de abrigo antibombas.
Mario Ricardo Fishbein, que é tio de Celeste, conta que a mãe dele e a irmã viveram momentos de terror nas últimas horas.
“Depois do início dos ataques, por volta das 6h30 da manhã de sábado, minha mãe de 94 anos e minha irmã se abrigaram num bunker sem luz, sem comida e sem condições mínimas de conforto. A todo o momento os terroristas forçavam as portas para entrar. Foram mais de 20 horas de medo e terror”, contou.
“Elas foram resgatadas pelo exército israelense e agora estão seguras, na casa de nossos familiares. Mas a Celeste ficou com o namorado em Gaza. Eles deixaram de responder as mensagem de celular ontem às 11 horas. E ninguém tem mais notícias”, disse o tio.
Angústia familiar
Integrante do Conselho de Cidadãos Brasileiros em Israel, Mario Fishbein tem 67 anos e trabalha como guia turístico em Israel. Foi responsável pela visita de vários brasileiros ao país e disse que está chocado com a violência que se abateu sobre o lugar onde vive há 52 anos.
“Nós que vivemos em Israel estamos acostumados com conflitos. Mas esse ataque deixou todo mundo chocado. São mais de 600 mortos já e os relatos que chegam das ações terroristas são muito assustadores”, contou.
“Jamais pensei que viveria essa violência e angústia dentro da minha família, depois de 52 anos morando em Israel. É uma dor imensa não saber se vamos encontrar ou não a Celeste com vida. Ela é uma menina doce, trabalhadora, carinhosa e humilde. Peço ajuda de toda a comunidade no Brasil e em Israel pra tentarmos encontrá-la com vida”, desabafou Mario Fishbein.
Para encontrar Celeste, a família tem buscado todas as formas de comunicação oficial e extra-oficial em Gaza. Enquanto aguardam notícias, os familiares da jovem se apegam na religião e na proximidade com a comunidade brasileira para aliviar a dor da espera por informações que possam dar conta do paradeiro da jovem.
“Só Deus tem nos amparado e as palavras de conforto que temos recebido de muitos amigos que deixamos no Brasil. É maravilhoso o carinho que temos recebidos de tantos brasileiros. É um laço que não tem preço nesse momento tão ruim da nossa família”, disse o tio.
Fonte: G1