Motoboys trabalham mais e ganham menos ao usar aplicativos, aponta IBGE

Levantamento mostrou que o rendimento médio por hora também é menor para os motoristas de apps. Dados foram coletados no 4º trimestre de 2022.

Os motoboys que atuam por meio de aplicativos trabalham aproximadamente 5 horas por semana a mais que os demais trabalhadores desta categoria.

Apesar disso, o salário não acompanha a jornada mais extensa e esses entregadores de apps ganham, em média, R$ 426 a menos por mês do que os que não dependem de plataformas digitais para trabalhar.

Os dados são de um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na quarta-feira (25). As informações foram coletadas no 4º trimestre de 2022

Motoristas de app
A pesquisa também apontou que os motoboys ganham menos que motoristas de automóveis que trabalham com transporte de passageiros.
No caso deles, o salário no fim do mês é ligeiramente maior do que o dos motoristas profissionais que não utilizam aplicativos.
Mas, como eles trabalham 7 horas a mais por semana, ao comparar o rendimento médio desses profissionais por hora de serviço (R$ 11,80), o valor também é menor do que o dos demais profissionais da categoria (R$ 13,60).

Os motoboys (entregadores) e motoristas que trabalham com transporte de passageiros compõem a maior parte da população “plataformizada” no Brasil, ou seja, que trabalha por meio de plataformas digitais de serviços.

Em todo o país, 338 mil motociclistas têm como trabalho principal atividades de malote e entrega. Desses, 50,8% (171 mil) realizam esses serviços por meio de aplicativos.
Já em relação aos motoristas profissionais em atividade de transporte de passageiros, o grupo soma 1,2 milhão. E 60,5% (721 mil) trabalham por meio de plataformas digitais.
Panorama dos trabalhadores de app no Brasil
No 4° trimestre de 2022, quando foram coletados os dados da pesquisa do IBGE, o Brasil tinha 1,5 milhão de trabalhadores por meio de aplicativo de serviço, o que representa 1,7% da população ocupada no setor privado.

Além de entregadores e motoristas, o levantamento inclui outros profissionais que utilizam apps para prestar seus serviços, tanto gerais (eletricistas e faxineiros, por exemplo) como funções mais específicas (serviços de TI, tradução, design, etc).

A pesquisa mostrou que a maioria dos trabalhadores por app são homens, com idade média entre 25 e 39 anos e níveis intermediários de escolaridade.

No geral, os chamados trabalhadores “plataformizados” têm um rendimento mensal maior, de R$ 2.645, quando comparado à média salarial das pessoas que trabalham sem utilizar plataformas, de R$ 2.510 (veja o gráfico abaixo).

Apesar disso, os trabalhadores dessa categoria têm jornadas semanais mais extensas: uma média de 46 horas. Os demais profissionais brasileiros costumam trabalhar 39,5 horas por semana.

Fonte: G1

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