Jair Bolsonaro (PL) afirmou à coluna que vai manter seu planejamento de ir à posse de Javier Milei na Argentina mesmo depois de o presidente eleito dizer, na quarta (22), que Lula também “será bem-vindo” na cerimônia.
“Nada muda”, diz o ex-presidente. “Para mim, o Lula não existe. Ele faz a parte dele lá, eu faço a minha. Não vou brigar com ninguém.”
“Agora, se o Lula for lá [na posse], vai ser vaiado. Ele tem que se mancar”, segue Bolsonaro.
Ele diz entender que Milei precisa convidar Lula. “Faz parte do protocolo, ele precisa acalmar as coisas”, afirma. “Mas será que o Lula vai? Ele gosta de lugares em que estão o [presidente venezuelano] Nicolás Maduro, o [presidente nicaraguense Daniel] Ortega”, completa.
A possibilidade de Lula ir à cerimônia é improvável, segundo ministros do governo disseram à coluna.
Na campanha eleitoral, Milei chegou a dizer que Lula era comunista e corrupto, e que não se reuniria com ele caso vencesse as eleições.
Na segunda (20), ao anunciar que tinha sido convidado pelo presidente argentino para a posse, Bolsonaro disse que, caso o petista também comparecesse, “ficaria difícil”. Mas agora afirma que a eventual presença do presidente não inibirá seus movimentos.
“As passagens [para a Argentina] já estão sendo compradas. Vamos com governadores e 30 parlamentares. Ontem eu vi a lista. Está todo mundo entusiasmado”, afirma Bolsonaro.
Três governadores já confirmaram a viagem: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, Jorginho Mello (PL-SC), de Santa Catarina, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.
Bolsonaro diz que o grupo deve ser recebido “por uns 30 ou 40 minutos” por Milei em Buenos Aires, em um café da manhã ou até mesmo em um jantar.
“Eu ajudei na eleição dele. Discretamente, mas ajudei, fiz discurso. E o Milei gosta muito do Eduardo [Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente]”, afirma, lembrando que o parlamentar participou de atos da campanha na Argentina.
Fonte: Mais Goiás