Grupo lucrou mais de R$ 6 milhões entre 2021 e 2022. Penas devem ser cumpridos em regime semiaberto
Grupo de empresários de Goiânia e de Santarém (PA) foi condenado por administrar um esquema de delivery de cocaína na capital goiana. A organização criminosa, que contava com quadro próprio de entregadores, lucrava mais de R$ 6 milhões.
A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores de Goiânia, também condenou alguns dos integrantes por lavagem de dinheiro.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia contra a organização criminosa em razão de os denunciados terem praticado, entre janeiro de 2021 e novembro de 2022, em Goiânia, diversos crimes, como tráfico de drogas, uso e posse de arma de munição, lavagem de dinheiro, entre outros.
A juíza, ao analisar os autos, argumentou que, da análise dos arquivos de dados telemáticos, foi possível catalogar e qualificar a maioria dos integrantes da organização criminosa, constando a contabilidade do tráfico e a escala de serviços.
Ressaltou que ficou evidenciada a união de esforços entre os processados para a prática dos crimes de tráfico de drogas e de lavagem de capitais, bem como as entregas eram realizadas via delivery. Quanto ao crime de lavagem de capitais, a magistrada destacou que foi instaurado inquérito policial complementar para o aprofundamento das investigações em relação a essa infração penal.
“Percebo que as provas produzidas nestes autos já indicam que a organização criminosa se utilizava de subterfúgios para camuflar a origem dos valores auferidos com a comercialização de drogas, tal como verificado no presente caso por meio dos depósitos em espécie realizados de modo fracionado”, afirmou.
Comércio de drogas
A magistrada argumentou que os imóveis de propriedade do grupo criminoso eram utilizados como laboratórios de drogas ilícitas, em especial cocaína, chegando a produzir mais de 2 mil saquinhos de 1 grama semanalmente e utilizando os imóveis para o tráfico ilícito de drogas.
Segundo ela, foi possível identificar também que, após o primeiro desmantelamento do laboratório, a organização criminosa continuou em pleno funcionamento e aumentando a produção, distribuindo as drogas aos demais membros do grupo para a entrega aos usuários, possuindo ramificações em Goiás e Pará.
Os réus foram presos no final do ano passado. Os entregadores cumprirão suas penas no regime semiaberto.
Fonte: Jornal Opção