Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado. Crime aconteceu no dia 4 de novembro, em Jataí.
Diego Fonseca Borges, filmado ao matar a namorada Ielly Gabriele Alves, se tornou réu. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou que ofereceu a denúncia de homicídio triplamente qualificado contra ele, que foi aceita pela Justiça. Um vídeo gravado por Ielly mostra quando Diego apontou a arma para ela e ela foi baleada. Em nota, a defesa de Diego disse que ele não tinha a intenção de atirar em Ielly e os dois estariam brincando com a arma, mas ela tinha uma bala no momento da brincadeira e “o que era para ser uma brincadeira, acabou como uma grande tragédia” (leia nota completa no fim da reportagem).
O MP-GO explicou que as qualificadoras são: motivo torpe, crime cometido mediante emboscada ou com recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino – feminicídio.
No dia 4 de novembro, a jovem Ielly Gabriele Alves, de 23 anos, filmou o momento em que foi morta ao levar um tiro disparado pelo próprio namorado, em Jataí, na região sudoeste de Goiás. À polícia, o homem disse que eles foram para lá para testar a arma recém-comprada por ele.
Relembre o caso
Segundo o delegado Thiago Saad, responsável pelo inquérito, o casal teria passado a tarde ingerindo bebidas alcoólicas. Durante a noite, Ielly gravou um vídeo que mostra Diego segurando a arma. Ele se vira e aponta o revólver para ela, que elogia o namorado e ri. Em seguida, Diego atira, Ielly cai e a gravação para.
Depois disso, o jovem levou a namorada para o Hospital das Clínicas. Segundo a unidade médica, Ielly chegou ao local com uma perfuração de tiro na região do tórax. Apesar de ter sido atendida, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Por volta de 22h, o hospital acionou a Polícia Militar. Quando a equipe chegou na unidade médica, conversou com Diego sobre o que havia acontecido.
Na ocasião, o homem mentiu para os policiais, dizendo que estava com Ielly dentro do carro, dirigindo pela Avenida Tancredo Neves, quando dois homens se aproximaram em uma moto de cor escura. Segundo Diego, a suposta dupla emparelhou a moto com o carro dele e efetuou dois disparos, que atingiram a namorada.
Prisão
Os militares continuaram fazendo perguntas para Diego sobre a dinâmica do crime e, com isso, perceberam que haviam contradições no relato do homem. Ele, então, foi levado para dar explicações na delegacia, onde foi encontrado um vídeo do momento do crime no celular de Ielly. Com isso, o homem foi preso.
“Diante da contradição do namorado, a polícia começou a mexer no celular da vítima e encontrou a filmagem da execução”, afirmou o major da PM, Ulisses Cortez.
Ainda segundo a PM, o carregador de uma pistola calibre 380 foi encontrado em local próximo onde o carro de Diego estava estacionado.
Em depoimento, Diego disse que não sabia que a arma estava carregada no momento em que efetuou o disparo e que, portanto, não tinha a intenção de matar a namorada.
Nota da defesa de Diego Borges:
Em nenhum momento Diego teve a intenção de atirar contra Ielly, muito menos de ceifar sua vida. O vídeo que se tornou público e circula nas redes sociais é revelador, pois mostra o exato momento em que tudo aconteceu. Pode-se perceber, pelo vídeo, que Ielly e Diego estavam em um momento de descontração. Eles haviam passado o dia juntos na fazenda de familiares, onde inclusive os dois efetuaram disparos com a arma que Diego portava, praticando tiro ao alvo. Na volta pra casa, Diego parou à beira da estrada para urinar, momento em que Ielly começou a gravar o vídeo. A arma já estava sem o carregador e Diego pensou que já não havia nenhuma bala na pistola. E naquele instante em que era filmado, decidiu fazer uma brincadeira, apontando a arma para Ielly e puxando o gatilho, simulando um disparo. Porém, ainda havia uma munição na agulha, e o que era para ser uma brincadeira, acabou como uma grande tragédia.
Fonte: g1