O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta segunda-feira (11) que o Brasil não permitirá o uso de território brasileiro para que a Venezuela invada a Guiana. Segundo o ministro, sem uma passagem por Roraima, a única forma das forças de Nicolas Maduro, presidente venezuelano, chegarem a Essequibo seria pelo mar.
“Eles só chegarão à Guiana passando, se passassem, por território brasileiro. E nós não vamos permitir em hipótese nenhuma”, disse Múcio.
O ministro acredita que a movimentação de Maduro para anexar parte do território da Guiana não passa de uma manobra política. Múcio não acredita que Maduro vá levar o conflito adiante.
“Isso é uma manobra política dele. Se fosse perto das eleições eu me preocuparia muito. Mas ele não vai conseguir passar um ano tentando, adiando o governo, alguma coisa vai acontecer”, afirmou o ministro.
Integridade do território
José Múcio também disse que o componente brasileiro no impasse é garantir a integridade do território brasileiro e que o Brasil não vai se envolver em um possível conflito.
“O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma, o presidente está consciente disso, nós já reforçamos, já era ideia nossa reforçar Roraima porque Roraima tem problemas dos índios, garimpeiro, problema de droga, problema de todo mundo. Então, nós estamos precisando reforçar a nossa frente de Roraima”, afirmou.
Para o ministro da Defesa, o fato de Maduro ter dado ordem para a petrolífera estatal venezuelana, a PDVSA, licitar poços de petróleos já licitados pela Guiana (e que tiveram empresas norte-americanas como vencedoras) é uma “provação internacional”, mas Múcio não acredita que Maduro irá para o conflito armado.
A Venezuela afirma que a região de Essequibo, na Guiana, pertence originalmente a ela. O trecho de terra de 160 quilômetros quadrados corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país.
No começo de dezembro, o governo de Maduro realizou um referendo sobre a criação de um estado na região, o que ampliou o temor de um conflito armado na fronteira com o Brasil.
Fonte: G1