Uma disputa entre ex-namorados virou caso de polícia em Brasília. Uma briga pela guarda de uma cachorrinha terminou com o roubo do animal e câmeras de segurança registraram o momento em que ela foi levada, em uma ação violenta.
O crime ocorreu no último domingo (10), no bairro do Sudoeste, em Brasília, às 9h10. Um homem passeia com uma cadelinha quando, de repente, um outro atravessa a rua e a puxa. Eles lutam e então um terceiro homem aproveita a confusão e pega a cadela.
Uma imagem exclusiva, obtida pelo Fantástico, mostra que um motorista aguardava os ladrões. O grupo vai embora levando a vítima: a pequena Cherie, uma simpática Yorkshire de 6 anos.
A tutora da Cherie, Stephane, reconheceu um dos homens que aparecem nas imagens: o ex-namorado dela, Josinaldo Souto, que mora em Caicó, no Rio Grande do Norte. Quem ajudou Josinaldo a fugir com a cadela foi um amigo dele chamado William Diniz e o motorista é um PM do Distrito Federal.
Após o roubo, no dia seguinte, na segunda-feira (11), a Polícia Federal avisou aos investigadores que Josinaldo e William haviam embarcado com a cadelinha pelo Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, com destino a João Pessoa, na Paraíba.
Imagens, também exclusivas, do circuito interno do Aeroporto Presidente Castro Pinto, mostram que um agente da PF já esperava a dupla. Josinaldo carregava Cherie, seguido pelo comparsa. Eles foram ouvidos pela Polícia Civil e liberados. A cadela ficou na delegacia.
A pedido do delegado, a advogada de Stephane, a tutora da cadela, foi buscá-la. Foram 115 quilômetros de carro até Recife até que, na terça-feira (12), as duas embarcaram de avião para Brasília. Em dois dias, a cachorrinha percorreu mais de 5 mil quilômetros, passando por 3 regiões do país, até reencontrar a tutora.
A cadelinha Cherie — Foto: Fantástico
Josinaldo diz que foi a Brasília para tentar negociar uma forma amigável de voltar a ter contato com a cachorrinha:
“Aí, para minha surpresa, desce quem? O namorado. Aí, rapaz, aí pronto, aí eu não me controlei. Quando eu vi o cara com a minha cachorrinha, que eu cuidei, amei por seis anos, aí foi o ato máximo do desespero, né? Fui e tomei a cachorra”.
Josinaldo não foi preso, mas vai responder pelo roubo e por violência psicológica. Agora, quem vai decidir o destino de Cherie é a Justiça.
“O animal não é uma coisa; uma simples coisa, um simples objeto. Ele tem sentimentos. O registro por si só ou o pagamento por si só não define quem terá sua custódia”, afirma a advogada familiarista Regina Tavares.
Fonte: G1