A defesa de Jair Bolsonaro (PL) pediu a devolução do passaporte do ex-presidente apreendido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Tempus Veritatis. Além da devolução do documento, a defesa solicitou ainda que a proibição de saída do país seja revista ou convertida em restrições mais brandas, como o envio de requerimento de autorização sete dias antes da viagem.
A petição, enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), argumenta que não há risco de fuga. “É manifesta a violação à liberdade de locomoção do Agravante no caso dos autos. Isto porque o impedimento de se ausentar do País e a entrega do passaporte tem um indisfarçável caráter de pena para os investigados em um inquérito policial”, diz o documento.
A Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal foi deflagrada na quinta-feira, 8, com o objetivo de investigar suposta organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O grupo criminoso, segundo a PF, tinha o objetivo de obter vantagens políticas com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A operação foi desencadeada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmar um acordo de colaboração premiada com os investigadores da PF.
Além de Bolsonaro, alguns dos seus principais aliados políticos e ex-ministro também estão sob investigação. A operação ocorreu em vários estados do País, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Se for condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ficar inelegível por mais de 30 anos
Os alvos incluíram o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Entre os presos estão Felipe Martins, coronel do Exército Marcelo Costa Câmara e o major Rafael Martins de Oliveira, ambos ex-assessores especiais de Bolsonaro. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também foi preso por porte ilegal de arma durante a operação.
Fonte:jornalopcao