Nova espécie de mosquito é encontrada na Finlândia

Uma espécie de mosquito que não havia sido registrada anteriormente na Finlândia foi descoberta no município costeiro de Pori.

De acordo com o estudo conduzido pela Universidade de Helsinque, o Culex modestus tornou-se a 44ª espécie de mosquito encontrada no país e o registro mais ao Norte da espécie na Europa. Achados anteriores mais próximos da Finlândia, mas mais ao Sul, foram feitas na província de Leningrado, na Rússia, e em Skåne, na Suécia.

A nova espécie foi encontrada pela pesquisadora Lorna Culverwell, do Departamento de Virologia da universidade, entre amostras de mosquitos coletadas no verão de 2022 nas áreas costeiras da Finlândia. Um espécime masculino foi identificado após exame da genitália e análise de DNA. Os resultados do estudo foram publicados em formato preprint, ainda sem revisão por pares, no Journal of the European Mosquito Control Association.

“Apenas um espécime desta espécie foi encontrado, mas acredito que seja improvável que seja o único de sua espécie na Finlândia”, diz Lorna, em comunicado.

Risco de infecção na Finlândia

A identificação de uma nova espécie de mosquito em um território é motivo de preocupação acerca do potencial de transmissão de doenças. A espécie Culex modestus é conhecida por transmitir o vírus do Nilo Ocidental, um flavivírus, no sul da Europa, entre pássaros e humanos ou pássaros e cavalos.

Na maioria dos casos humanos, o vírus do Nilo Ocidental causa uma infecção leve com sintomas como febre, dor de cabeça e dores musculares. Em alguns casos, a infecção pode provocar doenças neurológicas. No entanto, até o momento, o vírus do Nilo Ocidental não foi descoberto na Finlândia, de acordo com o estudo.

“Os finlandeses não deveriam se preocupar com a descoberta do mosquito neste momento. Até o momento, nenhuma infecção adquirida na Finlândia foi descoberta em humanos ou cavalos, mas essa descoberta é um lembrete de que devemos estar cientes de quais espécies de mosquitos estão aqui. Conhecer possíveis doenças transmitidas por mosquitos às quais essas espécies estão ligadas em outras partes do mundo nos ajuda a investigar melhor a probabilidade de essas infecções ocorrerem no futuro”, diz a cientista.

Impactos do clima mais quente

Mosquitos do gênero Culex podem abrigar o vírus do Nilo Ocidental em populações de aves, incluindo as espécies Culex pipiens e Culex modestus.

A transmissão para humanos requer que um mosquito tenha picado um pássaro infectado, por exemplo, e que o vírus chegue à saliva do inseto. Após a picada, um humano pode contrair e infecção.

“No momento, é muito improvável a transmissão do vírus para humanos ou cavalos, pois várias espécies são necessárias para que ocorra um ciclo de transmissão da doença. Em primeiro lugar, seria necessário que o vírus do Nilo Ocidental já estivesse presente nas aves locais ou migratórias na Finlândia. Nenhum vírus foi relatado até agora, apesar da triagem em pequena escala de aves em alguns locais na Finlândia. Em segundo lugar, apenas um espécime de Culex modestus é até agora conhecido de um local na Finlândia. Para que a transmissão ocorra, seria necessário um número maior de mosquitos para a possibilidade de alguns deles encontrarem qualquer ave infectada e sobreviverem para picar humanos ou cavalos vários dias depois”, diz a especialista.

Fonte: CNN

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