Nenhum cientista político, de maneira desapaixonada ou opinativa, numa análise científica, claro, consegue vislumbrar a figura de Marconi Perillo, o homem mais poderoso do PSDB em Goiás -e, agora, presidente da sigla nacional é um maitê de críticas ao Lula e ao extremismo de Jair Bolsonaro.
Ninguém sabe nada do PSDB goiano senão que a sigla vai, como se o tucano azul e amarelo ressurgisse das cinzas para um voo, no mínimo, rumando em 2026. Especula-se o jornalista Matheus Ribeiro, como o candidato da sigla do ex-anti-Dilma Aécio Neves à Prefeitura de Goiânia. Ou pode ser a mais petista dos tucanos (ela é evangélica), a vereadora Aava Santiago, que, inclusive, preside a legenda em Goiânia.
Plantou-se, ou nasceu, erva-daninha, na imprensa, de Marconi Perillo, o político que desbancou Iris Rezende, impedindo-o, para sempre, de morar no Palácio das Esmeraldas, de que bancaria a sua candidatura na capital. Percorreu alguns gabinetes da Câmara Municipal. Quer mostrar hombridade, o que, de fato, Perillo parece ter. Faz parte do DNA de todos – todos mesmos – que são moídos pelo sistema político goiano, sustentado pela elite econômica, interesses escusos. É a ideia que o próprio Marconi vendeu.
O que se espera é, decidido, então, que ele, como Maguito e até tomando o exemplo de Iris Rezende, pelo corrida pelo Paço Municipal, Marconi, além de construir um novo prédio para a prefeitura, mais moderno, organizado, bonito, atraente, longe daquele ar fantasmagórico, antes, ressuscite o “Nerso da Capitinga”, interpretado pelo ator genial Pedro Bismarck.
Pedro Bismarck, inclusive, abandonou o trabalho de ator na Globo. Dos palcos. Se isolou em um sítio, como contou um desses programas de domingo da TV brasileira. Em 1998, o “Nerso da Capitinga”, no auge do sucesso na Escola do Professor Raimundo, ainda sob o comando de Chico Anysio, conseguiu, classificando o grupo de Iris Rezende à época de ‘panelinha’, com que a campanha fosse um sucesso, além do ponto de vista de marketing e eleitoral. Marconi foi eleito, destronando Iris, como um jovem político. O mesmo personagem foi reutilizado como estratégia em 2014, falando, outra vez, contra Iris, usando dinossauros de borracha sobre uma mesa.
Não se sabe ainda o que o projeto de Marconi vai dar. Mas, pelo menos do ponto de vista de pautas jornalísticas nos jornais, memes e debates nas distribuidoras (dessas de esquinas pela cidade) vão render com Perillo de volta à disputa.
Devem-se se repetir chavões do senso-comum sobre políticos alvos de operações – foi assim lá em 2018, às vésperas da eleição,
quando Marconi, prestes a ser submetido nas urnas para tentar retorno ao Senado Federal foi levado para a Polícia Federal sob o estardalhaço – e aqueles sobre políticos desconhecidos.
E, o mais curioso: lembra que Jorge Kajuru acordou esses dias mais cristão e pediu perdão para Marconi Perillo sobre o histórico de atritos de ambos nos últimos 25 anos? Como agiria Kajuru em Goiânia, dividido entre Delegada Adriana Accorsi, candidata de Lula? E ele tem relativa – pública – boa relação com todos os pré-candidatos que poderia ser considerada da base do governador Ronaldo Caiado. Perillo seria o oposto de tudo isso. Por isso, como disse um marketeiro uma vez: “política é o ato do que torna o doce, amargo; do que torna o amargo, doce”.
FONTE:O HOJE