As constantes aparições do ex-presidente da República e principal influenciador do PL no País, Jair Bolsonaro, indicam que a polarização entre o lulopetismo e o bolsonarismo, tende a nacionalizar a eleição municipal. Desde o ano passado, quando Lula estimulou a militância petista a “enfrentar a direita” nos municípios, a avaliação que, questões paroquiais nos municípios, tende a virar também um debate entre direita e esquerda. A Xadrez conversou com dois especialistas: sobre essa possível mudança no comportamento do cidadão-eleitor nos municípios. Na avaliação do advogado pernambucano, professor e especialista em direito eleitoral, Pablo Bismack, as pessoas nas pequenas e médias cidades, estão mais preocupadas com os serviços públicos, como limpeza urbana, saneamento básico, educação, moradia e saúde. “Pode ter um caso ou outro em que a polarização tende a ser mais acirrada, mas de um modo geral, o debate vai se restringir às demandas que afetam diretamente suas vidas”. Bismack acrescenta que, mesmo o presidente Lula e Bolsonaro sendo protagonistas do debate nacional, o impacto será limitado. “Os maiores influenciadores ainda serão as lideranças locais, principalmente, candidatos a vereadores e a prefeitos”. O professor de ciência política na UniAraguaia, Guilherme Carvalho tem opinião diferente sobre a polarização entre Lula e Bolsonaro. “A tendência é que a eleição se nacionalize e isto é muito ruim para a democracia, porque o cidadão deixa de discutir problemas da cidade e foca em temas nacionais, fora do seu cotidiano”.
Pouca influência no interior
Guilherme faz uma ressalva que aproxima da avaliação do advogado eleitoral Pablo Bismarck, citada acima. “Diz Guilherme: “Nas grandes e médias cidades, a influência de Lula e Bolsonaro pode ser maior e centralizar em questões nacionais, mas nos pequenos municípios, os temas vão se restringir em políticas públicas de interesse da população e na força do partidarismo”, resume o professor Guilherme.
Gayer e Accorsi
Guilherme acredita que, no caso de Goiânia, a polarização tende a ser óbvia, entre os deputados federais e pré-candidatos, Gustavo Gayer (PL) e Adriana Accorsi (PT). “Até o momento, a base caiadista não apresentou um candidato competitivo que possa quebrar essa polarização”.
Marconismo vivo
A máxima que um político só deixa de ser líder quando morre e vira história, pode ser aplicada ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Tal como a Fênix da mitologia grega, ele ressurge em pesquisas embolado com os pré-candidatos a prefeito de Goiânia mais lembrados. Isso demonstra que o ‘marconismo’ está ativo no jogo político.
Puxador de votos
Na avaliação da vereadora tucana, Aava Santiago, o líder nacional da legenda, Marconi Perillo vai influenciar muito na formação de chapa para vereadores em Goiânia. “Vamos ter um time de bons candidatos que vão ajudar na pré-candidatura do Matheus Ribeiro a prefeito de Goiânia”, garante a vereadora.
Dr. Luís no PL
Demorou, mas o pré-candidato a prefeito de Cristalina pela oposição, Dr. Luís Otávio, bateu o martelo e está com a ficha de filiação ao PL garantida. As negociações foram concluídas no início da semana com o presidente da legenda em Goiás, senador Wilder Moraes.
UB e PT
Nos municípios, mesmo em território dominado pelo agronegócio, caso de Cristalina, as diferenças ideológicas entre a direita e a esquerda são esquecidas. O PT comanda duas secretarias na gestão do prefeito Daniel Sabino (UB).
FONTE:O HOJE