O treinamento contou com a presença de vários gestores e profissionais de saúde, que aprenderam a como colocar em prática as orientações da Cartilha Parto Seguro e evitar episódios de “violência obstétrica” em gestantes
Gestores e profissionais de saúde da Regional Nordeste estiveram na Universidade Estadual de Goiás (UEG), no município de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, para um treinamento quanto ao uso das orientações contidas na Cartilha Parto Seguro, elaborada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) sob a coordenação da Área de Atuação da Saúde do Centro de Apoio Operacional do MP.
A publicação traz de forma simples e didática o conceito de “violência obstétrica”, mostrando exemplos antes, durante e após o parto, e até mesmo em casos de abortamento, ou o que fazer, caso a violência aconteça. A cartilha também esclarece o direito da gestante de apresentar no hospital ou maternidade o “Plano de Parto”, o qual contém o registro escrito das escolhas da mulher grávida sobre como deve ser a assistência médico-hospitalar ao longo do trabalho de parto, pós-parto imediato e cuidados com o recém-nascido.
No referido plano, é possível incluir detalhes, como, por exemplo, o desejo ou não da grávida se submeter a procedimentos como tricotomia (depilação dos pelos pubianos), enema (lavagem intestinal) ou Manobra de Kristeller, em que o profissional de saúde pressiona o fundo do útero para empurrar o bebê para fora. E tudo isso está exemplificado na cartilha, que oferece um modelo do documento para a mulher inserir essas informações de forma clara e objetiva.
Gestantes bem orientadas
Durante o evento realizado na UEG em Formosa, tais questões e outras contidas na publicação foram esclarecidas minuciosamente aos profissionais de saúde presentes. Na ocasião, a promotora de Justiça Marlene Bueno, coordenadora da Área de Saúde do MPGO, disse que o modelo de plano de parto presente na cartilha pode ser utilizado por qualquer gestante atendida no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Um dos objetivos, com esse projeto, é que a mulher possa elaborar seu próprio plano com assistência dos profissionais da rede básica que fazem acompanhamento pré-natal, para apresentá-lo na unidade de referência que fará o parto”, esclareceu.
Já a analista em Medicina da Coordenadoria de Apoio Técnico-Pericial do MPGO, Jaqueline Marinho, acrescentou que a gestante deve ser muito bem orientada quanto a todas as questões envolvendo o parto. “A mulher deve saber sobre os procedimentos, os riscos, benefícios e alternativas à sua disposição, para que ela assuma o protagonismo, que é dela”, ressaltou.
A programação do encontro em Formosa incluiu, ainda, temas como parto humanizado, impactos psicossociais da violência obstétrica – debate conduzido pela psicóloga Lígia Bernardes, da Secretaria de Saúde de Goiás – e oficina sobre Plano de Parto e Vinculação à Maternidade.
FONTE: JORNALOPÇÃO