Expectativa é de revelações sobre episódio dos áudios em que o ex-ajudante de Bolsonaro criticava Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Polícia Federal (PF)
Na visão dos investigadores, a afirmação da defesa do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, de que o acordo de delação de seu cliente não corre risco e não será invalidado de forma alguma, sugere que o tenente-coronel Mauro Cid continuará auxiliando nas apurações.
“Não caiu nada, está mantido. Esse acordo nunca esteve em risco, apesar das bobagens ditas e afirmadas por alguns. Eu sou o advogado do Cid, lembra? E não sou nenhum neófito, né!?”, disse Cezar Bitencourt, advogado de Cid, à CNN.
A Polícia Federal (PF), por sua vez, aguarda que Mauro Cid exponha os detalhes por trás da divulgação dos áudios nos quais criticou o ministro Alexandre de Moraes e a própria corporação. Isso inclui revelar com quem ele dialogava ao enviar os áudios. Os investigadores esperam que, ao narrar os eventos do incidente, novas evidências possam surgir sobre o envolvimento de apoiadores de Bolsonaro na suposta trama golpista debatida durante sua gestão.
Se tal revelação ocorrer, aliados de Bolsonaro temem que pessoas próximas ao ex-presidente acabem sendo implicadas no caso, o que poderia complicar ainda mais sua situação nas investigações em curso.
Apesar disso, os aliados de Bolsonaro insistem na estratégia de defesa de que a minuta do suposto golpe nunca foi formalizada nem assinada pelo ex-presidente, e que ocorreu uma transição pacífica para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No entanto, os investigadores contestam essa argumentação, alegando que já existem provas de que a minuta não apenas foi discutida, mas também foi apoiada pelo ex-presidente. E argumentam que a iniciativa não avançou devido à oposição dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior.
FONTE: OHOJE