Secretário de Governo afirma que não é possível pagar emendas impositivas até junho, caso deve ser decidido na Justiça

Jovair Arantes informou que criou um comitê para auxiliar as entidades que irão receber recursos, novo instrumento quer agilizar empenho, mas dentro da previsão orçamentária

Anselmo Pereira e Jovair Arantes participaram de reunião com a presença de maioria dos vereadores da Câmara | Foto: Divulgação

O secretário Governo de Goiânia (Segov), Jovair Arantes (Republicanos) afirmou que a Prefeitura de Goiânia não tem condições de fazer o pagamento das emendas impositivas dos vereadores até junho, prazo estipulado na Lei Orçamentária Anual, depois dos parlamentares derrubarem um veto do prefeito a um artigo acrescentado pelo vereador Denício Trindade (UB) que estipula o prazo.

Segundo Jovair, a Prefeitura não dispõe do recurso para pagamento das emendas até a metade do ano. “A LOA é uma previsão orçamentária do que o município vai arrecadar esse ano e esse recurso vem com o decorrer do exercício financeiro de 2024 eu não tenho tudo disponibilizado de imediato”, afirmou.

No total a Prefeitura precisa executar mais de R$ 156 milhões em emendas, cada vereador tem R$ 4,2 milhões para destinar para entidades que tenham sido reconhecidas como de utilidade pública, para obras e 50% do valor deve ser destinado para a saúde. Por outro lado o orçamento da administração municipal para 2024 é de R$8,7 bilhões.

O titular da Segov ainda disse que criou um comitê para auxiliar as entidades que irão receber recursos a organizarem a documentação. “Os representantes das entidades tem muita dificuldade com os documentos requisitados, é tudo muito burocrático e isso acaba dificultando a execução das emendas e agora a gente tem esse comitê para facilitar o trabalho da prefeitura e também dessas entidades”, afirmou.

Jovair ainda afirmou que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi o que mais executou emendas. “Ele (Rogério Cruz) foi o que mais executou emendas então o que está acontecendo não é nenhuma sacanagem é porque é algo que não é possível executar por não haver dinheiro em caixa para isso, nós só temos quatro meses de arrecadação e o Paço tem outros compromissos para cumprir”, afirmou.

A intenção da Câmara em ter as emendas pagas até o mês de junho é por conta da proximidade com as eleições. Os vereadores querem atender o quanto antes suas bases para garantir apoio com as lideranças.

Judicialização

O Procurador Geral do Município (PGM), José Carlos Issy, informou ao Jornal Opção que vai entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a decisão da Câmara e que entende que a emenda mantida na LOA é inconstitucional, porque não é possível executar. Ainda segundo Issy a procuradoria deve entrar com a ação ainda neste mês de abril.

Orçamento de 2025

A Secretaria de Finanças informou que deve enviar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 até o dia 15 de abril, próxima segunda-feira. A LDO é o texto que orienta a formatação do orçamento, a LOA,. O texto que deve ser enviado já na semana que vem deve ser votado antes do recesso do meio de ano.

O texto elaborado prevê investimentos de R$4,7 bilhões, sendo R$1,7 bilhão em Saúde, R$1,4 bilhão em Educação, R$1,2 bilhão em Infraestrutura, além de R$400 milhões divididos em investimentos nas áreas de Segurança, Esporte, Meio Ambiente, Assistência Social, Políticas para as Mulheres, Habitação, Desenvolvimento, Cultura, Turismo e Lazer, e outras.

FONTE: JORNAL OPÇÃO

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