Golpe do boleto falso: entenda como servente de pedreiro e outros comparsas enganaram empresas causando prejuízo de mais de R$ 500 mil

Empresas de pelo menos 11 estados foram vítimas dos golpes. Ao todo, 25 pessoas foram presas e um servente de pedreiro continua foragido pelo crime.

Golpe do boleto falso: entenda como investigados enganaram empresas

Uma operação da Polícia Civil cumpriu diversos mandados contra um grupo suspeito de fraudar boletos bancários para aplicar golpes que causaram prejuízo de mais de R$ 500 mil. Ao todo, 25 pessoas foram presas e um servente de pedreiro continua foragido pelo crime. A polícia detalhou que empresas de pelo menos 11 estados foram vítimas dos golpes (entenda abaixo a dinâmica do crime).

“Foi uma fraude de mais de R$ 500 mil, mas a gente acredita que possa ser uma fraude milionária, porque esses R$ 500 mil ocorreram no período de um a dois meses, de vítimas que chegaram ao nosso conhecimento”, explicou o delegado Felipe Ferreira.

g1 não conseguiu localizar a defesa dos presos para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

Entenda o golpe

Infográfico da operação que investiga grupo suspeito de fraudes com prejuízo de mais de R$ 500 mil — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Segundo a polícia, para aplicar o golpe, os suspeitos fraudam boletos bancários de negociações feitas pelas vítimas com fornecedores. Assim, o dinheiro que iria da empresa vítima ao fornecedor, passa a ir para os criminosos.

“O golpe começa com uma transação financeira entre um determinado fornecedor e um cliente/pessoa jurídica. Essa transação possui um boleto bancário com data de vencimento definido. Aí entra o fraudador, que faz contato com o cliente usando um e-mail falso, semelhante ao e-mail do fornecedor, enviando um boleto falso. O boleto falso é quase 100% idêntico ao verdadeiro, com exceção da data de vencimento, do código de barra e da sequência numérica”, descreveu o Ministério da Justiça.

Para atrair as vítimas, geralmente os criminosos solicitam antecipação do pagamento com a promessa de um desconto. Assim, um pagamento que antes seria feito pela vítima no valor de R$ 50 mil, poderia passar a ser R$ 45 mil com o suposto desconto oferecido pelos suspeitos.

“Aí entra o código falho. O valor é passado para saldos positivos de cartão de crédito e depois, como se estivesse simulando compras reais, é passado para maquinetas de pagamento de outros fraudadores membros da associação criminosa”, completou.

Operação contra grupo suspeito de fraudes em boletos — Foto: Divulgação/PC

Vítimas

Segundo a Polícia Civil, foram identificadas vítimas em 11 estados. Entre elas, uma distribuidora de alimentos em Sergipe, que pagou R$ 64,5 mil em um boleto falso.

“Eles receberam um e-mail muito parecido com o que eles estavam acostumados a receber e que dizia que foi calculado errado uma alíquota e que o valor [a ser pago] era menor. Que seria o valor de R$ 64,5 mil. Depois que a pessoa pagou, ela foi cobrada, e descobrimos que o favorecido (criminoso) seria uma pessoa aqui de Goiás”, descreveu o delegado da PC de Sergipe, Hilton Duarte.

Mandados

Ao todo, foram expedidos 72 mandados. Já foram cumpridos 62 mandados de busca e apreensão e de prisão, com 24 pessoas presas. Isso, porque contra seis dos presos, existiam dois mandados de prisão ao mesmo tempo. Os mandados foram cumpridos em oito cidades goianas: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, cidade de Goiás, Nova Veneza, Iporá, Abadia de Goiás e Goianira.

A operação aconteceu em conjunto com a Polícia Civil de Sergipe e foi iniciada por meio de uma cooperação entre uma instituição financeira com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Fachada da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

FONTE: G1 GOIÁS / TV ANHANGUERA

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