Com campanha de altos e baixos na Liga das Nações masculina, seleção brasileira enfrentará a Polônia nas quartas, em teste importante também para as Olimpíadas
Foto: Divulgação
Ao passar de fase na sétima posição, o Brasil sabia que teria um confronto difícil nas quartas de final da Liga das Nações (VNL) masculina de vôlei. Nesta quinta (27), na cidade polonesa de Lódz, enfrentará a seleção dona da casa, da segunda melhor campanha da etapa classificatória e do título da VNL em 2023. Um risco assumido por Bernardinho, que voltou ao comando da seleção brasileira e reestreou justamente na Liga deste ano.
Bernardinho conversa com jogadores na Liga das Nações masculina — Foto: Volleyball World
Em conversa com o ge, o técnico explicou que as constantes mudanças na escalação da seleção brasileira foram uma estratégia para que ele mesmo se sentisse mais à vontade com o grupo.
– Estamos em busca de consistência. Claro que mexemos. Eu precisava, particularmente, conhecer os jogadores, mas, pensando em Olimpíadas, tinha também que testar as peças. Conheço alguns atletas há dois meses e meio. Isso, para uma campanha olímpica, é muito pouco. Agora, é hora de lapidar uma formação. Perdemos alguns jogos, e a Polônia foi mais consistente do que nós – disse Bernardinho, que ainda projetou a atmosfera das quartas de final:
– O ginásio estará lotado. Alguns (atletas brasileiros) se assustarão ao ver, mas ficarão encantados com o espetáculo da torcida polonesa. É pegar essa energia e fazer um grande jogo.
Brasil treina na véspera de jogo contra a Polônia — Foto: Erica Hideshima
Brasil e Polônia se enfrentarão nesta quinta-feira (27), às 15h (de Brasília). O sportv2 transmitirá a partida, e o ge acompanhará em tempo real.
O reconhecimento dos altos e baixos do Brasil, feito por Bernardinho, também esteve presente em entrevista de Flávio. Segundo maior bloqueador da Liga das Nações masculina de 2024, com 30 pontos no fundamento, o central foi uma das peças mais usadas pelo técnico nos 12 jogos da fase classificatória (seis vitórias e seis derrotas).
No treino de quarta-feira (26), véspera do confronto com a Polônia, Flávio afirmou que as oscilações têm sido tema frequente de conversas da seleção brasileira:
– Temos que bater na tecla da constância. Não adianta, em uma partida de cinco sets, jogar só dois bem. Vai ficar difícil ganhar assim. Estamos focando nisso nos treinamentos, falando nas nossas reuniões. Precisamos diminuir a oscilação e jogar no alto nível pelo máximo de tempo possível.
Fabi, bicampeã olímpica e comentarista de vôlei do Grupo Globo, entende que, apesar de os altos e baixos terem complicado a vida do Brasil na Liga das Nações masculina, eles já eram esperados. E estão ligados justamente à quantidade de testes feitos na seleção.
– O Bernardinho, antes mesmo da VNL, já tinha um planejamento para a competição e deixou claro que mexeria no time, daria chances para todo mundo. Com base nessa decisão, foi um desempenho até dentro da expectativa. Claro que gostaríamos de ver o Brasil melhor classificado, não queríamos ter uma sequência de derrotas, mas essas mexidas a cada jogo geram um desentrosamento – analisou Fabi.
Briga por título
Contra a Polônia, a expectativa é de que Bernardinho mande à quadra um time mais próximo do que deve ser visto em Paris. O técnico tem 17 jogadores à disposição na VNL e inscreveu 25 para as Olimpíadas, mas só 12 serão convocados. Um 13º acompanhará a delegação e será acionado em caso de corte.
Com os Jogos Olímpicos batendo à porta, as quartas da Liga das Nações serão um teste importante, já que os poloneses também enfrentarão os brasileiros em Paris – as duas seleções caíram no Grupo B, ao lado de Itália e Egito.
Bernardinho, no entanto, garantiu que a proximidade das Olimpíadas não desvia o foco da seleção brasileira, voltado à VNL. Uma competição que está aberta, na opinião de Flávio.
– O nível da Liga está muito equilibrado. Não conseguimos, por exemplo, apontar quem é favorito ao título entre os oito que estão nas quartas de final – avaliou.
Elenco do Brasil na Liga das Nações masculina de vôlei — Foto: Volleyball World
Para Fabi, o favoritismo é da Polônia, até porque a seleção europeia, líder do ranking mundial, jogará em casa na fase final. Mas o Brasil não pode ser excluído do páreo.
– Quem conhece o histórico da seleção brasileira, ainda mais sob o comando do Bernardinho, sabe que esse time merece um voto de confiança. Nos momentos de decisão, a equipe corresponde. Foi um ciclo mais conturbado, em que perdemos pela primeira vez o Sul-Americano, não fomos bem na Liga das Nações, mas o Brasil tem uma camisa muito pesada. Sempre estou confiante e penso que vamos brigar – apontou a comentarista, antes de indicar o que ainda pode melhorar no jogo brasileiro:
– Há um lastro para evoluir, principalmente no bloqueio. Historicamente, os times dirigidos pelo Bernardinho sempre foram muito fortes nesse fundamento. Para isso, é preciso também equilibrar melhor o saque.
Brasil e Polônia se enfrentaram nas quartas da Liga das Nações do ano passado. A seleção europeia levou a melhor, ao vencer por 3 sets a 0. Antes, já tinha acontecido um duelo na decisão da VNL de 2021. Daquela vez, no entanto, os brasileiros garantiram a taça, com um triunfo por 3 a 1 (mesmo placar da vitória verde e amarela na fase classificatória de 2024).
Veja o calendário das quartas de final da VNL
27 de junho:
- Japão x Canadá – 12h – Lódz, Polônia
- Polônia x Brasil – 15h – Lódz, Polônia
28 de junho:
- Itália x França – 12h – Lódz, Polônia
- Eslovênia x Argentina – 15h – Lódz, Polônia
Fonte: ge.com