Estes animais são notáveis por seus corpos alongados, coloração escura e bioluminescência, habitando profundidades entre 200 e 400 metros.
Nova espécie de peixe encontrada l Foto: Reprodução Imagem: Reprodução
Um estudo conduzido por cientistas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Francês IRD (Institut de Recherche pour le Développement) revelou a identificação de cinco novas espécies de peixes de águas profundas em Fernando de Noronha. Estes animais são notáveis por seus corpos alongados, coloração escura e bioluminescência, habitando profundidades entre 200 e 400 metros.
Entre as espécies descobertas pela primeira vez em águas brasileiras está o Melanostomias dio, coletado em Fernando de Noronha. Este peixe se distingue das outras espécies do gênero por possuir um barbilhão luminoso na extremidade, cuja forma lembra o gesto da “mão-chifrada”. Além dele, foram descritas mais quatro espécies do gênero Eustomias na região. Veja abaixo.
O estudo representa o resultado de diversas pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos, destacando-se como um projeto inovador em várias áreas temáticas.
“Participar de um projeto como este é extremamente gratificante”, destaca Barbara Vilarins, pesquisadora da UFRJ e uma das autoras do estudo. Os peixes coletados foram analisados no laboratório da UFRJ, onde os pesquisadores consultaram trabalhos acadêmicos anteriores para verificar sua inédita menção na literatura científica.
Apesar da descoberta promissora em relação à diversidade de espécies encontradas em águas brasileiras, o estudo alerta para os impactos diretos das atividades de pesca cada vez mais profundas sobre esses peixes.
A relevância da pesquisa realizada pelos cientistas foi reconhecida pelo Instituto Oceanográfico de Mônaco, que premia anualmente as melhores teses de ciências marinhas em colaboração com instituições francesas.
Principais Descobertas:
- A pesquisa foi conduzida durante expedições oceanográficas do Projeto ABRACOS (Acoustics along the Brazilian Coast) nos anos de 2015 e 2017, abrangendo Fernando de Noronha e o Rio Grande do Norte.
- As atividades exploraram desde a superfície até 1.100 metros de profundidade, resultando na coleta de cerca de 9 mil exemplares de peixes e na identificação de mais de 200 espécies.
- Entre elas, cinco espécies foram identificadas pela primeira vez no Brasil: Eustomias ophioglossa, Eustomias bertrandi, Eustomias lucenae, Eustomias antea e Melanostomias dio.
FONTE: JORNAL OPÇÃO