Morte de jogador causou comoção
(FOTO: REPRODUÇÃO)
Caroline Louise
Goiânia – Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte não só no Brasil, mas em todo o mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são mais de 400 mil brasileiros vítimas das patologias que afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos todos os anos. A morte do jogador uruguaio Juan Izquierdo, de 27 anos, na noite desta terça-feira (27/8), causou grande comoção e acendeu um alerta para o número de mortes de jovens.
O zagueiro estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde a última quarta-feira (22/8), após sofrer uma arritmia cardíaca durante o jogo entre São Paulo e Nacional pela Copa Libertadores. O boletim médico divulgado pelo hospital onde o atleta estava internado revelou um agravamento do comprometimento cerebral e um aumento da pressão intracraniana, fatores que contribuíram para o desfecho trágico.
O cardiologista Thiago Megid, do HB Cor – Centro Avançado de Cardiologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto-SP, explica que há um maior número de registros de morte de pessoas jovens durante a prática de exercícios físicos. “Abaixo dos 35 anos, as principais causas são cardiopatias ou arritmias de origem genética, além do abuso de susbtâncias como o uso de anabolizantes, principalmente a testosterona”. O médico acrescenta que este aumento está associado à falta de diagnóstico de doenças cardiovasculares genéticas antes da prática esportiva, além do uso de drogas e anabolizantes de forma indiscriminada.
Thiago Megid aponta que o maior desafio para combater as doenças cardiovasculares está na conscientização da população sobre a necessidade da prevenção, como a importância de consultas de rotina e melhora dos hábitos de vida. “A consulta preventiva é extremamente importante, exame físico e inicialmente eletrocardiograma. Além de orientações de hábitos saudáveis como alimentação e prática de exercícios”.
A morte súbita em praticantes de atividades esportivas é mais comum do que se imagina, mas não é a prática de exercícios físicos que causa a morte, conforme explica o cardiologista. “O verdadeiro risco está na ausência de um check-up cardiológico e exames preliminares, essenciais para diagnosticar e prevenir problemas cardíacos e doenças genéticas graves. Essas condições são frequentemente responsáveis por arritmias cardíacas e morte súbita, especialmente entre os jovens,” afirmou.
Cardiologista Thiago Megid (Foto: divulgação)
O que é arritmia cardíaca?
Arritmia cardíaca é uma condição em que o ritmo dos batimentos do coração se torna irregular. Isso pode se manifestar de duas formas principais: batimentos excessivamente rápidos (taquicardias) ou batimentos excessivamente lentos (bradicardias). As alterações no ritmo cardíaco podem ter várias causas, incluindo:
• Problemas no músculo cardíaco: lesões ou doenças que afetam a função do coração.
• Doenças das válvulas cardíacas: alterações nas válvulas que podem interferir no fluxo sanguíneo normal.
• Uso de medicamentos: alguns medicamentos podem afetar o ritmo cardíaco.
• Condições subjacentes: incluem disfunção da tireoide, anemia, desidratação, infecções, estresse, atividades físicas intensas e ansiedade.
A fibrilação atrial (FA) é o tipo mais comum de arritmia cardíaca. Ela causa batimentos cardíacos irregulares e pode ser tratada com procedimentos como a ablação, que visa restaurar o ritmo normal do coração.
Os sintomas de arritmia cardíaca podem variar e incluir fraqueza, tonturas, sudorese excessiva, desmaios, confusão mental, falta de ar, mal-estar e sensação de peso no peito. No entanto, é importante notar que muitas arritmias graves podem não apresentar sintomas evidentes, o que torna o acompanhamento médico crucial.
Fatores de risco
Segundo o Ministério da Saúde, entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares estão o tabagismo, o colesterol em excesso, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes.
As doenças cardiovasculares se desenvolvem ao longo do tempo e por isso não apresentam sintomas logo no início. Porém, sinais como dor ou desconforto no centro do peito, nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas, podem ser um indício de ataque cardíaco. Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar; sensação de enjoo ou vômito; sensação de desmaio ou tontura; suor frio; e palidez. Mulheres são mais propensas a apresentar falta de ar, náuseas, vômitos e dores nas costas ou mandíbula.
O acompanhamento médico constante é a melhor forma de prevenir doenças. Existem enfermidades causadas pela genética e outras que não apresentam sintomas, por isso somente um acompanhamento médico pode detectá-las e tratá-las da melhor forma. As visitas regulares ao médico podem ser, muitas vezes, a diferença entre a vida e a morte.
FONTE: JORNAL A REDAÇÃO