Subiu para 13 o número de mulheres que procuraram a delegacia para denunciar Fábio Guilherme. No fim do mês passado, o médico levou um soco do marido de uma paciente que o denunciou por crime sexual.
25/07/2023
“Eu fiquei incomodada, mesmo assim ele continuou o exame e falava palavras de baixo calão. Foi onde eu me incomodei, ele fez os exames com os dedos, sem nenhum equipamento, e isso me causou um pavor”, desabafou.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, denunciou por abuso sexual o médico ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos, preso por crimes sexuais em Goiânia. À TV Anhanguera, a mulher contou que foi atendida pelo médico há cerca de 10 anos e ele pediu que ela ficasse excitada para fazer o exame.
À TV Anhanguera, a defesa do médico disse que recebeu os documentos do caso na última sexta-feira (21) e está analisando antes de se posicionar. O g1 não conseguiu contato com a defesa do ginecologista até a última atualização desta reportagem.
A mulher denunciou o caso na polícia nesta segunda-feira (24). Com esta denúncia, subiu para 13 o número de mulheres que procuraram a delegacia para denunciar o médico, segundo a polícia. O ginecologista foi preso no dia 20 deste mês, na casa dele no Jardim América.
No fim do mês passado, Fábio levou um soco do marido de uma paciente que o denunciou por crime sexual. Ainda segundo a mulher, ela relatou ao Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte sobre o caso, mas nada foi feito e, inclusive, ela foi obrigada a se consultar novamente com o médico.
“Eu me senti um lixo, quando você não tem condição social de escolher o médico que vai te atender, isso te causa um murro na sua cara, você não tem o que fazer e precisa cuidar da sua saúde, o SUS disponibiliza só esse médico, só tem esse, e aí?”, lamentou.
À TV Anhanguera, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que repudia atos de agressão às pacientes e, sobre a denúncia da paciente, informou que não é mais possível verificar o que aconteceu, por conta do tempo decorrido do fato.
Crimes há quase 30 anos
O ginecologista foi investigado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1994 pelos mesmos crimes. Segundo a delegada Amanda Menuci, duas mulheres denunciaram na época.
Segundo a delegada, durante as acusações em 1994, o médico alegou que as duas mulheres “armaram” para ele. No entanto, a delegada ressaltou que as duas não se conheciam. Na época, Fábio foi absolvido das acusações pelo CRM e o caso não chegou até a polícia.
O g1 questionou o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) sobre a absolvição das acusações feitas em 1994, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
Outras vítimas
Após a repercussão do caso, uma mulher entrou em contato com a Polícia Civil para denunciar que foi vítima do médico em 2014. A vítima disse à polícia que o médico pressionou o corpo dela contra as partes íntimas dele.
“No caso de 2014, ela estava na posição ginecológica, ele puxou o corpo dela no sentido do seu e pressionou o órgão genital dele contra o dela. Isso causou um estranhamento, ela já o afastou e encerrou a consulta”, explicou a delegada.
“Enquanto ela estava se vestindo, ele afastava a cadeira dele da consulta para observá-la vestindo a roupa”, completou a delegada.
Relato de pacientes
Segundo a delegada, o médico tocou os seios e pressionou pacientes contra as partes íntimas, segundo a polícia.
“Ele tocava os seios, pegava a mão delas e colocava no órgão genital dele. Em uma das vezes, ele pediu para a mulher fechar os olhos, pensar em coisas boas e até ejaculou na barriga de uma delas”, relatou a delegada.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia declarou que o médico está há 9 anos no Ciams Novo Horizonte e que não tem “conhecimento de nenhum ato que o desabone”, mas que vai apurar os fatos.
Sobe para 13 mulheres vítimas de abusos sexuais em CIAMS, diz Polícia
Ginecologista foi preso após denúncias de crimes sexuais no CIAMS do Novo Horizonte.
Fonte: G1