Clube precisou utilizar geradores após corte de ligação clandestina que teria causado prejuízo de R$ 245 mil; gestão atual alega herança de administrações anteriores – Fotos: Equatorial Goiás
A Equatorial Goiás flagrou uma ligação clandestina de energia elétrica no Centro de Treinamento da Associação Atlética Anapolina, em Anápolis, na última sexta-feira (24). O “gato” na rede foi identificado durante uma operação realizada com apoio das Polícias Civil e Científica. Segundo a concessionária, a prática ilegal teria causado um prejuízo estimado de R$ 245 mil nos últimos dois anos.
Além disso, a Anapolina acumula uma dívida de R$ 182 mil em faturas não pagas. A ligação clandestina foi imediatamente cortada pela equipe técnica da distribuidora, obrigando o clube a utilizar geradores para manter as atividades no local.
De acordo com a Equatorial, o esquema permitia o fornecimento de energia sem registro de consumo, já que os equipamentos de medição haviam sido removidos. “A ligação direta era feita de forma irregular, causando sobrecarga na rede e colocando a segurança da população em risco”, destacou a empresa.
Investigações em curso
A Equatorial informou que o presidente e o diretor do clube estavam presentes durante a operação, mas não foram presos em flagrante. Ambos, no entanto, deverão responder ao inquérito policial instaurado. O furto de energia é considerado crime, com pena prevista de reclusão e multa.
O presidente do clube, Fernando Correia, declarou que a ligação clandestina é fruto de gestões anteriores e que a atual administração foi pega de surpresa. “Estamos trabalhando com nosso departamento jurídico para resolver a situação”, enfatizou.
]Correia também esclareceu que o clube passa por um processo de transição, iniciado em janeiro deste ano, após a transformação da Anapolina em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no final de 2024.
Ligações clandestinas: risco e prejuízo
Segundo a Equatorial Goiás, ações para combater furtos de energia têm sido intensificadas. Em 2024, foram realizadas 290 operações de fiscalização, um aumento de 95% em relação ao ano anterior. Durante essas ações, as prisões por envolvimento em ligações irregulares subiram de 108 para 158.
A empresa alerta que, além de serem ilegais, os “gatos” comprometem a qualidade do fornecimento e aumentam o risco de acidentes graves, como curtos-circuitos e choques elétricos. “Essa prática sobrecarrega a rede elétrica e afeta todos os consumidores regulares”, enfatizou a concessionária.
Clube se defende
Em entrevista à imprensa, o presidente do Conselho Deliberativo da Anapolina, Ricardo Rodrigues, negou que os dirigentes soubessem da ligação clandestina. Ele também refutou rumores de que o Centro de Treinamento poderia ser leiloado por dívidas, alegando que o imóvel é inalienável e pode ser revertido ao poder público.
Geradores substituem “gato” após corte
A Anapolina SAF afirmou que já havia solicitado uma visita técnica à Equatorial para regularizar a situação e transferir a conta de energia para a nova gestão.
Enquanto a situação não é resolvida e a energia religada, o clube segue funcionando normalmente, segundo ele, utilizando geradores para evitar a paralisação das atividades. “Estamos trabalhando normalmente usando geradores até que se resolva a situação”, destacou Correia após o corte.
Denúncias de fraudes
A concessionária reforça a importância da denúncia anônima de irregularidades, que pode ser feita pela Central de Atendimento no número 0800 062 0196. Com a colaboração da população, a empresa busca reduzir prejuízos e garantir a segurança do sistema elétrico.
Por enquanto, a situação da energia do CT da Anapolina permanece indefinida, mas a nova diretoria assegura que está comprometida em resolver o problema o mais rápido possível, buscando retomar a normalidade e assegurar transparência aos seus torcedores.
