Papa convoca fiéis ao jejum e à oração pela paz no dia 22 de agosto

Pontífice pede que fiéis dediquem a data à oração e ao jejum em favor do fim dos conflitos na Ucrânia, na Terra Santa e em outras regiões do mundo

Aos fiéis de língua portuguesa, reiterou o chamado à oração pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em tantas outras regiões do mundo – (crédito: FILIPPO MONTEFORTE/AFP)

Durante a Audiência Geral desta quarta-feira (20/8), o Papa Leão XIV convidou os fiéis de todo o mundo a dedicarem a próxima sexta-feira (22/8) ao jejum e à oração pela paz. A data coincide com a celebração litúrgica da memória da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha, invocada pela igreja também como Rainha da Paz.

Durante a celebração, o pontífice refletiu sobre a importância do perdão como fundamento essencial da convivência humana e entre as nações. “Sem perdão nunca haverá paz”, afirmou, destacando que a reconciliação é caminho indispensável para superar divisões e conflitos.

O Papa também dirigiu mensagens específicas aos peregrinos presentes em Roma. Aos fiéis de língua portuguesa, reiterou o chamado à oração pelo fim das guerras na Terra Santa, na Ucrânia e em tantas outras regiões do mundo. Já aos peregrinos poloneses, em especial os vindos do Santuário de Jasna Góra, em Czstochowa, pediu que incluam em suas intenções “a súplica pelo dom da paz, desarmada e desarmante. para todo o mundo, em particular para a Ucrânia e o Oriente Médio”.

O Santo Padre recebeu nesta quarta-feira, 20/08, na Sala Paulo VI, mais de seis mil peregrinos. Muitos fiéis também acompanharam a Audiência Geral através de telões na Praça Petriano, na Basílica e na Praça São Pedro.

Na catequese, o Papa refletiu sobre “um dos gestos mais impactantes e luminosos do Evangelho: a arte do perdão”, recordando o momento em que Jesus, na Última Ceia, oferece um pedaço de pão a quem está prestes a traí-lo. “Não é apenas partilha”, destacou o Papa, “mas o modo de agir de Deus, que ama até o último instante”:

“Amar até o fim: esta é a chave para compreender o coração de Cristo. Um amor que não se detém diante da rejeição, da desilusão ou mesmo da ingratidão.”

Assim, continuou Leão XIV, Jesus “leva o amor ao extremo”, mesmo diante da traição de Judas. Em vez de se retrair, “continua a amar: lava os pés, molha o pão e o oferece”. O perdão do Senhor não fere a liberdade, mas revela o poder de salvar das trevas e reconduzir à luz:

“Ele compreendeu que a liberdade dos outros, mesmo perdida no mal, pode ser alcançada por um gesto bondoso. O verdadeiro perdão não espera arrependimento: oferece-se primeiro, como dom gratuito, antes mesmo de ser aceito.”

Aqui, afirmou o Pontífice, o perdão se revela em toda a sua força: “não é fraqueza, mas capacidade de deixar o outro livre, amando até o fim”. Perdoar não é negar o mal, mas vencê-lo com o amor:

“O Evangelho mostra que sempre há uma forma de amar, mesmo quando tudo parece irreparável. Perdoar não é dizer que nada aconteceu, mas impedir que o mal gere mais mal. É fazer o possível para que o ressentimento não dite o futuro.”

Jesus, concluiu Leão XIV, ensina com o gesto simples e luminoso de oferecer o pão, que “amar significa deixar o outro livre até para trair”. A luz do perdão, mesmo diante da infidelidade, torna-se “uma oportunidade de salvação”, renovando também quem perdoa:

“Mesmo que o outro não aceite, mesmo que pareça inútil, o perdão liberta quem o concede: dissolve o ressentimento, devolve a paz e restitui-nos a nós mesmos.”

Ao final do encontro, o Papa lançou um apelo emocionado, pedindo que o dia 22 de agosto seja vivido em espírito de fé e solidariedade: “Maria é Mãe dos que acreditam e Rainha da Paz. Enquanto tantas regiões continuam marcadas por guerras, convido todos os fiéis a suplicarem a Deus por paz e justiça, e para que Ele enxugue as lágrimas de todos os que sofrem com os conflitos armados. Que Maria interceda para que os povos encontrem o verdadeiro caminho da paz.”

FONTE : CORREIO BRAZILIENSE

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