Eleições no Equador: entenda como estava a disputa presidencial antes do assassinato de Fernando Villavicencio

Candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa lidera pesquisas de intenção de voto. Segurança, emprego e combate à corrupção são os temas mais importantes para os eleitores.

10/08/2023

O assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador, aconteceu apenas a 11 dias das eleições, marcadas para o dia 20 de agosto. Além dele, outros sete candidatos disputam o cargo, que atualmente é ocupado por Guillermo Lasso.

As eleições presidenciais no Equador foram antecipadas em maio, após Lasso convocar uma cláusula da Constituição e dissolver a Assembleia Nacional.

O artigo, conhecido como “Morte Cruzada”, foi aplicado pela primeira vez no país. Pela lei, ao dissolver a Assembleia, Lasso estava obrigado a convocar novas eleições presidenciais.

O Equador enfrenta uma grave crise política, e Lasso chegou a ser alvo de uma tentativa de impeachment. Ele optou por não disputar as eleições novamente e disse ao jornal “The Washington Post” que não se importava com quem seria seu sucessor.

Com o processo aberto, oito candidatos se registraram para concorrer ao cargo de presidente. São eles:

  1. Yaku Pérez, líder indígena
  2. Daniel Noboa, ex-deputado
  3. Luisa González, ex-deputada
  4. Jan Topic, economista
  5. Otto Sonnenholzner, ex-vice-presidente
  6. Bolívar Armijos, advogado
  7. Fernando Villavicencio, jornalista e ex-deputado
  8. Xavier Hervas, empresário

O que querem os eleitores?

Outra pesquisa do instituto AS/COA, feita em julho, perguntou aos eleitores o que eles consideravam mais importante na hora de escolher um candidato. O tema “insegurança” foi o mais citado.

Atualmente, o Equador enfrenta uma forte onda de violência, que está ligada ao narcotráfico. Os conflitos também refletem em ameaças a políticos e funcionários públicos, enquanto o número de homicídios disparou.

Há cerca de duas semanas, por exemplo, um prefeito foi assassinado no país. O cientista político Maurício Santoro explica que essa onda de violência gerou uma influência na política do Equador.

“O país se tornou uma rota muito importante para o tráfico de drogas na América Latina, que entra pelos portos equatorianos, atravessa a Amazônia e vai para a Europa e os Estados Unidos”, explica.

Outro tema bastante citado é combate à corrupção. Nos últimos anos, o Equador presenciou diversos escândalos, que resultaram na condenação do ex-presidente Rafael Correa. Atualmente, ele vive na Bélgica e diz ser inocente.

Confira, a seguir, o que os eleitores consideram mais importante, segundo a pesquisa da AS/COA:

  • Solução para a insegurança: 55,3%
  • Criação de empregos: 22,5%
  • Combate à corrupção: 14,8%
  • Proteção ao meio ambiente: 7,4%

Fonte: G1

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