Mãe denuncia que médica só olhou para criança e receitou medicação. A Secretaria de Saúde afirma que não houve erro médico.
11/08/2023
Após a divulgação do caso da bebê que morreu após tomar uma injeção com dipirona, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, a família do pequeno Charles Souza, de 1 ano e 3 meses, também denunciou à polícia que passou pela mesma situação. A mãe da criança, Carolyne Souza Cares, de 23 anos, registrou um boletim de ocorrência na tarde desta quarta-feira (9).
“A gente vem para um lugar achando que vai ter um bom atendimento e sai sem o filho”, desabafa a mãe, em entrevista à TV Anhanguera.
Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que acompanhou o caso do Charles e que constatou que não houve erro médico. A mãe contou à polícia que no dia 8 de meia deste ano levou o filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pois ele estava com febre, diarréia, vômito e secreção no ouvido. Segundo Cares, após uma espera de três horas, foi atendida por uma médica.
A mãe relata que a médica examinou Charles no colo dela, apenas passou a vista e sem nenhum exame disse que ele estava com uma infecção de ouvido. “Ela só chegou, olhou o ouvido dele. Em seguida, receitou que o bebê tomasse um medicamento com urgência na própria UPA e que voltasse para casa, onde ele tomaria um analgésico e antibióticos.
“A enfermeira disse que iria aplicar no bumbum dele e eu falei tudo bem, pois ela sabe mais do que eu. Como que aplica uma medicação em uma crianças, que no papel tá escrito urgente, e já manda para casa”, questiona. A mãe destaca que os profissionais não esperaram para avaliar se o bebê teria uma reação alérgica Em casa, Cares deu banho no filho e o colocou para dormir.
Três horas depois, a mãe percebeu que o bebê estava com a boca roxa e desacordado. Neste momento, correu para o hospital, onde ficou com o filho somente até o momento em que os profissionais tentavam localizar a veia de Charles. Após aguardar mais duas horas do lado de fora da sala, Cares conta que os profissionais informaram que o bebê havia morrido.
Após três meses da morte do filho, a mãe procurou a polícia, pois, segundo ela, até o momento está aguardando o resultado do laudo da causa da morte de Charles e que deseja que o caso seja investigado. A Secretaria de Saúde o bebê foi diagnosticado com otalgia média aguda e, depois que foi medicado, a mãe foi orientada a voltar na unidade “caso necessário”.
Além disso, a pasta explica que quando a família voltou de madrugada ao hospital, Charles estava com um quadro gravíssimo de febre e insuficiência respiratória, que evoluiu para parada cardíaca. “Mesmo se tratando de uma enfermidade clínica atestada pela equipe médica, a Secretaria acompanhou o desfecho desse óbito e constatou que não houve erro médico”, finaliza.
Íntegra da nota da Secretaria
A Prefeitura de Trindade informa que ao buscar os arquivos de registros da UPA 24h foi encontrado o boletim médico de Charles Souza, de 1 ano e 5 meses.
A mãe esteve com a criança na unidade de saúde no dia 08 de maio de 2023 com relato de febre, vômito e dor de ouvido no lado direito. Foi identificados otalgia média aguda. Charles foi medicado e orientado a retornar caso necessário.
Já na madrugada do dia 09 de maio de 2023, data do óbito, a criança deu entrada na unidade de saúde já na Sala Vermelha com quadro gravíssimo, com febre e insuficiência respiratória que evoluiu para parada cardíaca.
Mesmo se tratando de uma enfermidade clínica atestada pela equipe medica, a Secretaria Municipal de Saúde de Trindade, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, acompanhou o desfecho desse óbito e ficou constatado que não houve nenhuma relação com qualquer erro médico cometido na UPA 24h Dilson Alberto de Souza.
Fonte: G1