Cid fez 99 tentativas para acessar email da Presidência após gestão Lula desativá-lo

Relatório enviado à CPI do 8 de janeiro registra tentativas de 15 a 17 de março feitas pelo ex-assessor de Bolsonaro

11/08/2023

O tenente-coronel Mauro Cid, um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou acessar seu email funcional mesmo após o governo Lula (PT) bloquear a conta.

Planilha entregue pela Casa Civil à CPI do 8 de janeiro, obtida pela Folha, mostra 99 tentativas de acesso após 15 de março, quando o login de Cid foi bloqueado. O último registro é de 17 de março, às 11h16.

O governo Lula também informou à comissão que o email funcional de Cid foi acessado mais de 500 vezes em 2023, quando Bolsonaro já havia deixado a Presidência.

O documento da Casa Civil mostra que o usuário maurocbc (iniciais de Mauro César Barbosa Cid) teve 99 tentativas frustradas em três dias pelo mesmo motivo: “Conta desativada, expirada ou bloqueada”.

As informações foram levantadas depois que a CPI questionou a Presidência sobre “quando ocorreram acessos ao email no período após 31/12/2022 e o nome dos eventuais responsáveis pelo login”.

A Casa Civil respondeu que, durante esse período, “constam registros de validação das credenciais do agente público mencionado na requisição [Cid], realizadas por meio dos servidores de rede que disponibilizam o acesso via internet ao serviço de correio eletrônico”.

Antes do bloqueio do email, o militar chegou a receber mensagens com os roteiros de viagem de Lula e da equipe de segurança do atual presidente.

O documento entregue à CPI —um relatório de logins do mesmo usuário— mostra todos os registros de autenticação do email funcional de Cid em 2023. A informação é gerada quando são validados dados do usuário, como nome e senha, para acessar o email.

O registro de autenticação também pode ser gerado, por exemplo, se o computador for ligado com a página do email aberta, o que pode explicar logins em um curto espaço de tempo ou até no mesmo segundo.

Como chefe dos ajudantes de ordens de Bolsonaro, Cid utilizava o email com domínio “presidencia.gov.br”. Neste endereço, o militar recebia mensagens sobre atividades de rotina da Presidência e organizava viagens de Bolsonaro.

Fonte: Mais Goiás

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