“Fui covarde”: Silvye Alves anuncia saída do União Brasil após pressão na PEC da Blindagem

Internautas cobram que Silvye revele nomes de quem teria pressionado sua decisão

Deputada enfrenta críticas por medidas que dificultam investigações (Foto: Divulgação)

Após repercussão negativa do voto favorável à PEC da Blindagem, como é chamada a Proposta de Emenda Constitucional das Prerrogativas, a deputada federal Silvye Alves (União Brasil-GO) anunciou que pretende deixar o partido durante a janela partidária, em 2026. Em um vídeo publicado na noite de quinta-feira (18/9) em suas redes sociais, a parlamentar admitiu, “Eu fui covarde” e explicou que havia registrado voto contra, mas acabou mudando de posição depois de ser ‘pressionada por pessoas influentes dentro do Congresso Nacional’. Segundo ela, houve ameaças veladas de que ela ‘poderia sofrer retaliações’, caso mantivesse aa posição contrária.

Silvye esclareceu que, desde o início da sessão, sua intenção era votar contra a proposta, mas segundo a deputada uma sequência de ligações a pressionando fizeram com que ela alterasse a sua decisão na última hora. “Por volta de quase 23 horas da noite, mudei meu voto. Não tive forças para fazer o correto naquele momento”, acrescentou.

Ela afirmou que a decisão contrariou seus princípios e valores. “Venho humildemente pedir desculpas aos meus eleitores. Eu cometi um erro gravíssimo. Eu fui contra tudo aquilo que eu defendo, tudo aquilo em que acredito”, disse, e completou: “Quem me conhece nesses 28 anos de televisão sabe o quanto eu detesto bandido, quanto eu luto para colocar vagabundo na cadeia”.

Mesmo após a justificativa da parlamentar, eleitores e seguidores reagiram nas redes sociais. Em um dos comentários, um internauta cobrou que ela revelasse os nomes de quem a teria pressionado a mudar sua posição, “Foi coagida? Ameaçada? Por quem? Faça a coisa certa desta vez. Revele os nomes de quem a ameaçou.” Já uma eleitora escreveu, “Se não tem força para defender o povo, não pode ser reeleita.’”

A deputada contou que a pressão abalou sua confiança. “Ontem foi um dia muito difícil. Pensei muito se gravava esse vídeo, porque tem um monte de gente xingando na internet. Mas eu não queria deixar esse registro na minha passagem pela política”, afirmou.

Dos 17 deputados federais de Goiás, 14 apoiaram a PEC em ambos os turnos de votação. Apenas três se manifestaram contra a proposta, sendo eles, a Delegada Adriana Accorsi (PT), Flávia Morais (PDT) e Rubens Otoni (PT).

O que é janela partidária?

A chamada janela partidária é um período de 30 dias, previsto pela legislação eleitoral, em que políticos eleitos podem trocar de partido sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade. Esse intervalo acontece sempre seis meses antes da eleição. Em 2026, a janela estará aberta entre março e abril, permitindo que esses parlamentares escolham a legenda pela qual irão concorrer nas eleições gerais de outubro, quando serão eleitos presidente, governadores, senadores e deputados.

FONTE : MAIS GOIAS

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