Ex-servidor da Alego é condenado por extorsão contra empresário de São Paulo

Defesa recorreu da decisão

Ex-servidor da Alego é condenado por sequestro contra empresário de São Paulo (Foto: Reprodução – TV Anhanguera)

O juiz Vicentini Herradon condenou, no último dia 24 de setembro, o ex-servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Josemar Alencar Linhares de Oliveira, a 12 anos, nove meses e 21 dias de reclusão por extorsão. Ele foi considerado o líder de um grupo que planejou um sequestro relâmpago a um empresário de São Paulo. Os advogados Paulo César Pimenta Carneiro e Paulo César Pimenta Carneiro Filho informaram ao Mais Goiás que já recorreram da decisão.

Josemar, durante interrogatório, negou o crime e disse que somente intermediou as negociações. Durante o julgamento, a defesa pediu pela absolvição, devido à insuficiência de provas, e invocou o benefício da dúvida. 

Para o magistrado, “muito embora o acusado Josemar Alencar Linhares de Oliveira não tenha praticado diretamente a conduta descrita no tipo penal, foi ele coautor da empreitada criminosa, uma vez que detinha o pleno domínio do fato, tendo planejado sua execução com nítida divisão de tarefas e prévio acordo de desígnios e comunhão de vontades com seus comparsas”.

Caso e prisão de Josemar

Josemar foi preso em julho por participação no sequestro de um empresário paulista. Segundo a Polícia Civil, ele contratou dois homens para render e extorquir a vítima. O mandante foi detido em Miami, nos Estados Unidos (EUA). Já a dupla que executou o crime morreu após troca de tiros com policiais militares na região sudeste de Goiás.

O empresário paulista que atua no mercado financeiro contou à Polícia Civil ter sido sequestrado por dois homens no último dia 27 de junho, dois dias depois de sair de São Paulo, com destino a Goiânia, atendendo ao convite de Josemar Alencar Linhares de Oliveira, que até então exercia a função de servidor comissionado da Diretoria de Comunicação Digital da Alego.

Ele relatou que a vinda até a capital seria para um encontro com supostos conhecidos do assessor parlamentar, que teriam interesse em fazer negócios comerciais. “Durante quase dois dias, o Josemar Alencar enrolou esse seu conhecido e desmarcou alguns supostos compromissos, até que dois criminosos contratados pelo assessor parlamentar chegaram de Minas Gerais e buscaram o empresário no hotel. Inicialmente, apenas um dos bandidos foi quem abriu a porta do carro e colocou a vítima dentro, mas, alguns quilômetros depois, um segundo criminoso saiu do porta-malas e, armado com um revólver, rendeu o empresário, que foi obrigado a fazer uma transferência via PIX no valor de R$ 6 mil”, descreveu o delegado Samuel Moura, titular do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Ainda de acordo com o delegado, enquanto levavam a vítima para um cativeiro, os criminosos se assustaram com uma viatura da Policia Militar que passou por eles, perto de Bela Vista de Goiás. Temendo serem abordados, os bandidos abandonaram o empresário algemado em uma mata.

A vítima conseguiu fugir e acionou a PM, que, horas depois, encontrou os criminosos em fuga pela GO-210, na zona rural de Davinóplis. Durante tentativa de abordagem ao carro que eles ocupavam, que já estava com placas adulteradas, houve troca de tiros, e os dois sequestradores morreram. Dentro do veículo foram encontrados dois revólveres e algemas.

Postagem nas redes sociais

No dia seguinte à morte dos dois sequestradores, o assessor parlamentar fez uma postagem nas redes sociais se despedindo do Brasil. Para o delegado Samuel Moura, a mensagem teria sido usada para tentar despistar a polícia. “Ele é o famoso 171, estelionatário, e tudo indica que fez a publicação para tentar mostrar que estava tranquilo e nada teria a ver com o sequestro”, descreveu.

Após trocarem informações com a Polícia Federal, os agentes do GAS da Deic descobriram que Josemar Alencar havia embarcado em um voo, em Brasília, com destino à Miami. Como já estava com sua prisão decretada, o assessor parlamentar foi impedido de descer do avião quando chegou aos Estados Unidos, e foi trazido de volta a Goiânia, onde acabou preso e algemado antes do desembarque dos outros passageiros.

Em depoimento informal, ele disse para os policiais que tramou o sequestro porque o empresário estaria lhe devendo R$ 500 mil, referente à comissão por uma negociação em moeda digital que ele havia intermediado. O presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto, informou ter exonerado o servidor, ainda na semana passada, tão logo tomou conhecimento da acusação que pesa contra ele.

FONTE : MAIS GOIAS

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