Dyullya Rodrigues Nunes foi baleada nas costas em maio do ano passado e perdeu o movimento das pernas

Júri condena acusado de tentar matar ex em salão de Goiatuba a 30 anos de prisão (Foto: Arquivo Pessoal)
O Tribunal do Júri condenou o empresário Gleniton Lopes Ribeiro, acusado de tentativa de feminicídio em maio do ano passado contra a ex-namorada Dyullya Rodrigues Nunes, a 30 anos e 1 mês de prisão, em regime inicialmente fechado, além de indenização. O julgamento aconteceu na quinta-feira (23). A estudante de biomedicina, hoje com 20 anos, foi baleada nas costas quando estava em um salão em Goiatuba e perdeu o movimento das pernas. Conforme a sentença, o réu também deverá pagar R$ 500 mil de indenização à vítima, mais R$ 10 mil mensais para custear o tratamento, uma vez que todos os gastos são particulares.
Dyullya comemorou a decisão. “Tivemos um discurso esplêndido da juíza, que conduziu com maestria o rumo para o resultado final da sentença. O Ministério Público realizou um trabalho impecável, com destaque especial para o promotor Luan Vitor de Almeida Santana, que merece todo o reconhecimento. Nosso advogado de acusação, que já atuou como promotor de justiça por 18 anos em nossa cidade, também teve uma participação brilhante”, comentou o resultado. Segundo ela, “ao final do discurso, fomos surpreendidos com uma emocionante salva de palmas de todos os presentes no plenário”.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa do réu. Caso haja interesse, o espaço segue aberto.
Sobre o caso, a jovem Dyullya Rodrigues Nunes aguardava atendimento em um salão de beleza de Goiatuba, quando Gleniton Lopes teria atirado nela pelas costas dela. Segundo a Polícia Civil, eles eram namorados e teriam rompido um relacionamento de dois anos.
Câmeras de videomonitoramento registraram o momento em que o homem tentou matar a ex-namorada. Ainda conforme a corporação, o suspeito entrou no estabelecimento e, após breve conversa, sacou um revólver e efetuou dois disparos que atingiram a vítima na região dorsal. Logo em seguida, ele fugiu em seu veículo e o abandonou.
Ainda sobre a ocorrência, o fim do relacionamento se deu uma semana antes do crime. Além do rompimento, a vítima teria denunciado o ex-companheiro por agressão. A jovem ficou sem os movimentos das pernas em decorrência do atentado. O homem foi preso um dia após o atentado.
Denúncia
O Ministério Público de Goiás (MPGO) ofereceu denúncia no começo de junho do ano passado. Em 22 de agosto de 2024, a Justiça decidiu pela pronúncia do réu (mandar para o júri) em razão da tentativa de homicídio triplamente qualificado. Segundo o MPGO, o crime foi praticado por motivo torpe, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, contra mulher, por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso em 5 de junho e o suspeito foi indiciado por tentativa de feminicídio com a agravante de descumprimento de medidas protetivas e posse irregular de arma de fogo. Na denúncia, o MP disse que o acusado somente não cumpriu seu desejo de matar, porque a vítima foi imediatamente socorrida e transferida para Goiânia em UTI aérea.
FONTE : MAIS GOIAS
