Teleférico no Paquistão: sem helicóptero, mais 3 crianças são resgatadas, diz agência

No total, sete crianças e um adulto ficaram presos quando um cabo do teleférico em que estavam se rompeu. Grupo ia para a escola em região montanhosa do país. Autoridades disseram que helicópteros interromperam trabalho por conta de falta de claridade.

22/08/2023

Em uma operação complexa e de alto risco, as forças do Paquistão conseguiram resgatar nesta terça-feira (22) cinco das sete crianças que ficaram presas em um teleférico no norte do país, informou a agência de notícias Reuters.

No entanto, por conta da falta de claridade, as autoridades decidiram suspender as operações por helicóptero, e duas crianças e um adulto seguiam dentro da cabine até a última atualização desta reportagem.

As tentativas de resgate seguem por meio de uma equipe de especialistas que enviará, pelo cabo de sustentação, uma pequena plataforma para retirar as crianças uma a uma, informaram fontes para a Reuters.

Inicialmente, as forças de resgate divulgaram que haviam conseguido retirar quatro crianças no total. No entanto, duas dessas operações fracassaram, e apenas duas crianças foram de fato retiradas da cabine.

O grupo ficou preso no início da manhã no horário local (fim da noite no horário de Brasília) a 274 metros de altura depois que um dos dois cabos do teleférico se rompeu no momento em que eles estavam na cabine.

Os sete iam para a escola – a região, no norte do Paquistão, é extremamente montanhosa e, por isso, muitos estudantes recorrem a teleféricos como meio de transporte.

As primeiras duas crianças resgatadas, segundo as autoridades, estão sob cuidados médicos, mas a condição de saúde delas é boa.

O resgate é considerado de alto risco por conta de fortes ventos e da pouca sustentação da cabine. Por isso, a equipe de militares que conduz a operação já tentou resgatar os passageiros e falharam pelo menos quatro vezes. Na primeira delas, uma das crianças chegou a começar a ser içada, mas a equipe viu riscos para a estabilidade da cabine do teleférico e abortou a ação.

O temor principal é que o vento gerado pelo helicóptero chacoalhe demais a cabine e a desestabilize.

Ainda assim, a equipe corre contra o tempo – por volta das 12h30 no horário de Brasília, os passageiros já estavam na cabine havia mais de 13 horas.

Segundo as autoridades locais, o cabo se rompeu por volta de 9h no horário local (23h de segunda-feira em Brasília). Uma das crianças chegou a desmaiar “devido ao calor e ao medo”, disse Shariq Riaz Khattak, um oficial de resgate, à Reuters. Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre o estado de saúde dela.

Dificuldades no resgate

O resgate é considerado difícil e de alto risco, segundo avaliação da equipe de resgate, pelos seguintes motivos:

  • Fortes ventos – em entrevista dada à Reuters de dentro da cápsula, o professor que está com os alunos relatou fortes rajadas (leia mais abaixo).
  • Altitude da cápsula, que está a uma altura equivalente a quase uma torre Eiffel ou o One Tower, prédio mais alto do Brasil, que tem 290 metros.
  • aproximação do helicóptero também pode desestabilizar o único fio que sustenta a cápsula.

Enquanto isso, a equipe que está no helicóptero conseguiu entregar mantimentos aos passageiros.

“Fornecemos refeições e água para os alunos presos e estamos pensando em outras opções de resgate”, disse Sonia Shamroz, uma das coordenadoras da operação.

O professor que está dentro do teleférico com as crianças deu entrevista por telefone ao site “Geo News” de dentro da cabine. Ele pediu pressa e disse que os estudantes estão nervosos.

“Fortes ventos estão nos atingindo”, disse o professor, que tem 20 anos e foi identificado apenas como Gulfaraz.

Único adulto dentro do teleférico, ele está pedindo para que as autoridades os resgatem o mais rápido possível. Segundo ele, os alunos a bordo têm entre 10 e 15 anos. Um deles desmaiou por conta de uma crise de ansiedade, afirmou ainda.

Meio de transporte

Um professor da região disse a meios locais que cerca de 150 pessoas fazem diariamente a perigosa viagem de teleférico para a escola, devido à falta de infraestrutura de transporte na área.

O primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, determinou o fechamento de vários teleféricos que estejam há muito tempo sem manutenção.

“Também instruí as autoridades a realizar inspeções de segurança de todos esses teleféricos privados e garantir que sejam seguros para operar e usar”, disse.

Fonte: G1

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