O Ministério Público desencadeou na tarde de hoje (25/08/2023) a terceira fase da operação denominada “ESCRITÓRIO DO CRIME”, cujo objetivo foi cumprir 02 (dois) mandados de busca e apreensão em face de investigados de crimes de esbulho (grilagem) de áreas públicas e privadas, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa (quadrilha) praticados no município de Formosa/GO.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pelo juízo da 3ª Vara Criminal de Formosa/GO nos seguintes locais e em desfavor dos seguintes investigados:
a)- Escritório e residência da advogada KEDMA MARQUES NESSRALLA.
b)- Escritório e residência do empresário LUÍZ JESUS CERUTTI
A investigação conduzida pelo Ministério Público durou 06 meses, foi supervisionada pelo Poder Judiciário e revelou a existência de uma associação criminosa (quadrilha) voltada para a prática de invasão de áreas públicas e privadas no município de Formosa, produção e uso de documentos ideologicamente falsos e corrupção de agentes públicos, que contava com o envolvimento direto de empresários, cartorário, corretor e advogados.
Nesta 3ª Fase da operação os alvos são os investigados LUÍZ JESUS CERUTTI (empresário), KEDMA MARQUES NESSRALLA (advogada), NILSON RIBEIRO DOS SANTOS (advogado), D’ARTAGNAN COSTAMILAN (empresário) e CLÁUDIO MAURÍCIO JOSÉ THOMÉ (TOPOGRAFO).
Entre 2018/2019 os investigados se uniram em associação criminosa (quadrilha), usaram documento falso e produziram documentação com o objetivo de se apropriarem de aproximadamente 30 hectares de terras situadas na saída de Formosa para Planaltina (GO-430) nas proximidades da subestação da antiga CELG, pertencentes à própria empresa de energia e a terceiros.
Ambos os advogados suspeitos (doutores NILSON RIBEIRO e KEDMA NESSRALLA) utilizaram procuração conferida pelo falecido empresário ARI ORNELLAS, que outorgava à advogada poderes para vender cerca de 04 (quatro) hectares de sua propriedade situada ao lado do cemitério Cruz das Almas (imagem 01), em Formosa/GO, no entanto, promoveram registro forjado de aproximadamente 30 hectares com sobreposição das áreas situadas do outro lado da rodovia GO-430, de propriedade da atual empresa de serviços elétricos EQUATORIAL (matrícula 23.762) e de terceiros particulares (imagens 02 e 03).
Segundo apurado pelo MP, o advogado NILSON RIBEIRO DOS SANTOS utilizou criminosamente sua sociedade individual de advocacia, “RIBEIRO SANTOS”, para funcionar como “laranja” transmitente da área de forma sucessiva e em cerca de 3 meses para seus comparsas, os empresários LUÍZ CERUTTI e D’ARTAGNAN COSTAMILAN proprietário da empresa TRANSOJA, (imagens 04,05 e 06).
Para o sucesso da empreitada criminosa NILSON RIBEIRO DOS SANTOS, DARTAGNAN COSTAMILAN e LUÍZ CERUTTI
valeram-se dos serviços do topógrafo CLÁUDIO MAURÍCIO THOMÉ, que lançou de forma fraudulenta coordenadas de 30 hectares sobre as áreas invadidas.
ÁREA DE APROXIMADAMENTE 4 HECTARES DO INVENTÁRIO DE ARI ORNELAS ALIENADA
ÁREA SOBREPOSTA MEDIANTE FRAUDE E USO DE DOCUMENTOS IDEOLOGICAMENTE FALSOS
PARTE DA ÁREA ESBULHADA PERTENCENTE À CELG
O MPGO procederá agora à análise do material apreendido, com o intuito de arrecadar mais provas a serem empregadas neste processo e em outros.
Caso condenados ao final do devido processo penal, estarão sujeitos a mais de 15 (quinze) anos de cadeia.
Auxiliaram na operação, equipes da Polícia Civil e membro da Ordem de Advogados, Secção Formosa/GO.
Fonte: Ministério Público do Estado de Goiás