Abel Ferreira, do Palmeiras, pede desculpa a indígenas por expressão xenofóbica em entrevista

Técnico usou o termo “equipe de índios” em análise após a vitória sobre o Atlético-GO

Foto: Lance!

Abel Ferreira publicou um pedido de desculpas nas redes sociais, após usar uma expressão xenofóbica em entrevista coletiva. O técnico reconheceu que errou ao dizer o termo “time de índios” durante sua análise da vitória do Palmeiras por 3 a 1 sobre o Atlético-GO.

– Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem que nos debrucemos sobre o seu conteúdo. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de imprensa. Reconheço que palavras têm poder e impacto, independentemente da intenção. Devemos todos questionar, pensar e melhorar todos os dias. Peço desculpa a todos e, em especial, às comunidades indígenas – diz o texto assinado pelo técnico.

Nota de Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em suas redes sociais — Foto: Reprodução

Abel Ferreira em Palmeiras x Atlético-GO — Foto: Marcello Zambrana/AGIF

A declaração ocorreu durante entrevista coletiva no Allianz Parque, quando ao falar sobre os encaixes do time, o técnico citou indígenas como referência a desorganização.

– Aníbal tem uma dinâmica muito boa e por isso queríamos muito esse jogador. A direção não conseguiu trazer quando precisávamos, porque não dava. Foi quando nós conseguimos e ainda bem em boa hora que nós o trouxemos. Eu diria que ele é o equilíbrio, o pêndulo da nossa equipe. Dá confiança para aqueles quatro, cinco, seis chegaram à área, e ele com o Vitor (Reis) hoje e o Gómez, e o Rocha ou Mayke, puderem equilibrar a equipe a dar liberdade aos da frente para atacar – comentou.

– Porque isso não é uma equipe de índios. Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos, esse motorzinho, que não só tem como tarefa ser a primeira cobertura, como também ligar jogo e pôr a equipe a jogar – acrescentou.

Já após o jogo, o técnico havia se posicionado via assessoria de imprensa do clube, alegando que, “em momento algum teve a intenção de ofender alguém” e que “utilizou uma expressão comum no futebol”.

– Vivo e trabalho no Brasil desde 2020 e tenho profundo respeito por todos os brasileiros. As pessoas já conhecem o meu caráter, as minhas condutas e as minhas ações sociais. Sabem também que eu repudio por completo toda forma de preconceito – disse o treinador em nota.

A Lei Federal 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo e que inclui a xenofobia, prevê que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Recentemente, o técnico foi alvo de xenofobia contra ele por parte de Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo. Em clássico válido pelo Paulistão, houve confusão após a partida no túnel dos vestiários. E o dirigente tricolor se referiu ao técnico do Verdão como “português de m…”.

Antes de duelo pelo Brasileirão, os dois voltaram a se encontrar, e o diretor são-paulino pediu desculpas e abraçou Abel no corredor do Morumbis.

Fonte: ge.com

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