Polícia Federal alega valores superfaturados em valores cobrados pelo advogado Bruno Pena junto ao Pros
Viatura da PF (Foto: Polícia Federal)
A Operação da Polícia Federal que investiga indícios de desvio de dinheiro do fundo partidário do partido Pros, nas eleições de 2022, levou à prisão do advogado Bruno Pena, especialista em direito eleitoral. No total, os desvios cometidos pela cúpula da legenda chegariam a R$ 36 milhões. Ao Mais Goiás, a defesa de Pena repudiou a operação e disse que adota medidas cabíveis para que a “verdade se reestabeleça”.
De acordo com a apuração feita pelo Mais Goiás, a Polícia Federal alega valores superfaturados em valores cobrados por Bruno junto ao Pros. Hoje, ele está na superintendência da PF, em Curitiba, onde tenta com sua defesa a derrubada do mandado de prisão. A defesa diz que o advogado estava na capital paranaense a trabalho.
Ele era o advogado do diretório nacional do Pros nas eleições de 2022. Em sua cartela de clientes, estão partidos políticos, vereadores, deputados estaduais e federais. Por meio de nota, a defesa de Pena chamou a operação de “criminalização do exercício da advocacia”. O posicionamento poderá ser lido na íntegra no fim do post.
A Operação Fundo no Poço cumpre sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados, bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis, deferidos pela Justiça Eleitoral do DF.
O presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior, também é alvo de um mandado de prisão. O Mais Goiás tentou contato com a defesa dele e representantes legais do partido, mas não houve retorno. Uma tesoureira do Pros, Cinthia Lourenço, e outros quatro secretários da legenda também foram alvos de busca e apreensão.
Segundo as investigações, relatórios de inteligência financeira e análise de prestações de contas de supostos candidatos localizaram indícios que apontam para existência de uma organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país.
O grupo também é suspeito de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido.
Ainda de acordo com a PF, os atos de lavagem foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido. Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.
Leia a nota na íntegra da defesa de Bruno Pena:
A defesa do advogado Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena manifesta repúdio à tentativa de criminalização do exercício da advocacia, materializada na denominada Operação Fundo do Poço. Atos como esse representam não apenas um ataque aos direitos individuais do advogado, mas também uma ameaça ao livre exercício da advocacia, essencial para a manutenção da justiça e da equidade.
Reiteramos que, como advogado regularmente inscrito e atuante, o Dr. Bruno Pena sempre pautou sua conduta estritamente dentro dos limites estabelecidos pelo ordenamento jurídico brasileiro. Sua atuação profissional, específica e irrestrita no âmbito da advocacia, reflete o exercício legítimo e essencial de sua profissão.
Importante frisar que a conduta de um advogado não pode, sob nenhuma circunstância, ser confundida com a dos seus constituintes. A defesa técnica é pilar fundamental do estado democrático de direito e não deve ser vista como conivência ou participação nos atos investigados.
Estão sendo adotadas todas as providências cabíveis para a elucidação dos fatos e para garantir que a verdade prevaleça. Confiamos que, ao final do processo, restará inequivocamente comprovada a legalidade e a probidade da conduta do Dr. Bruno Pena.
FONTE: MAIS GOIÁS