Advogados atuariam para transmitir ordens de presos para promoção de falsas denúncias de maus-tratos
Foto: Gaeco/CSI
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta quinta-feira, 21, a operação “Honoris Criminis”. A ação com intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) visa advogados cooptados pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Dois mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em desfavor de dois advogados investigados. As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Anápolis, Valparaíso de Goiás e no Distrito Federal. Os suspeitos estariam atuando para transmitir ordens de presos para promoção de falsas denúncias de maus-tratos.
Segundo as investigações, há indícios de que os advogados fazem parte da célula jurídica do PCC e se valem das prerrogativas da profissão, sobretudo, para transmitir recados entre lideranças e outros membros da facção, por meio de atendimentos em parlatórios (locais específicos para conversa entre presos e advogados) em unidades prisionais.
Dentre as informações transmitidas aos advogados por lideranças do PCC em Goiás, que se encontram detidas em unidades prisionais especiais por conta da alta periculosidade, estava um plano coordenado para interferir nas rotinas (saída para banho de sol, audências) das unidades prisionais do estado.
Os advogados também atuariam transmitindo ordens de liderança para que presos promovessem falsas denúncias de torturas e maus tratos junto aos órgãos de controle, com a finalidade de forçar fiscalização por entidades e, assim, pressionar e obter flexibilidade de regras internas nos presídios de segurança
Também participaram da operação o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e as polícias Civil, Militar e Penal deram apoio à operação. Representantes da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ainda acompanharam os cumprimentos.
FONTE: JORNAL OPÇÃO