Vice-presidente foi acompanhado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e outros 8 ministros na visita ao Vale do Taquari (RS)
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou neste domingo (10) que o governo federal destinará R$ 741 milhões em recursos para as regiões afetadas pelas chuvas provocadas pela passagem de um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul.
Neste domingo, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que subiu para 43 o número de mortos após as fortes chuvas que atingiram a região Sul do país nos últimos dias.
Alckmin sobrevoou os municípios do Vale do Taquari, área que concentra os maiores estragos, e afirmou que o desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul será prioridade máxima do governo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O presidente Lula nos orientou para [dar] prioridade absoluta, prioridade máxima nesta parceria com a população e com a região”, afirmou Alckmin.
O vice-presidente foi acompanhado na viagem por uma equipe interministerial e o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Veja a relação de ministros que viajaram para o estado:
Nísia Trindade, ministra da Saúde;
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social;
José Múcio, ministro da Defesa;
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome;
Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional;
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar;
Jader Filho, ministro das Cidades.
O ministério que mais destinará recursos às áreas afetadas é das Cidades, que custeará a construção de moradias na região com R$ 195 milhões. Em seguida vem o da Integração, que gastará R$ 185 milhões para dar ajuda humanitária e ajudar na reconstrução dos municípios atingidos pelas chuvas.
Entre outras ações, o governo também falou em reconstruir as unidades básicas de saúde (UBS) da região, reconstruir uma ponte da BR-116 sobre o Rio das Antas e liberar um auxílio de R$ 800 por pessoa, em duas parcelas de R$ 400, para os municípios afetados.
Alckmin anunciou ainda que a pasta da Comunicação Social, em conjunto com a Telebrás, atuou para reestabelecer a telefonia na região, transferindo 13 terminais de satélite.
O estado tem ainda 3.798 pessoas desabrigadas, além de 11.642 desalojados. Cerca de 150.341 pessoas foram afetadas pelo desastre.
Além das 46 mortes no Rio Grande do Sul, o estado de Santa Catarina registrou uma morte durante a passagem do ciclone pela região.
Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de deixar sua casa — não necessariamente a perdeu —, e não está em abrigos, mas sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.
Segundo o boletim divulgado nesta manhã pela Defesa Civil, as 43 mortes confirmadas estão espalhadas por 11 cidades gaúchas, sendo que a maior parte delas nos municípios de Roca Sales e Muçum:
Cruzeiro do Sul: 5
Encantado: 1
Estrela: 2
Ibiraiaras: 2
Imigrante: 1
Lajeado: 3
Mato Castelhano: 1
Muçum: 16
Passo Fundo: 1
Roca Sales: 10
Santa Tereza: 1
Lula fala sobre ciclone no G20
Na madrugada deste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul e deixou dezenas de mortos e desaparecidos e chamou atenção para as mudanças climáticas e a preservação da natureza no discurso de encerramento da cúpula do G20.
“Essa semana, há três dias, no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul — nunca havia tido ciclone —, matou 46 pessoas, quase 50 pessoas desaparecidas. Isso nos chama atenção, porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, disse, destacando que a natureza “demonstra que precisamos cuidar dela com muito mais carinho”.
Fonte: G1