Alimentos estão mais baratos no DF, aponta o IPCA de agosto

Brasília acompanhou tendência nacional de queda de preços e itens como cebola, carnes, óleo de soja e batata-inglesa tiveram fortes reduções de valores no varejo

As compras no supermercado estão pesando menos no bolso do brasiliense. É o que aponta o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de trinta itens tiveram quedas expressivas nos preços desde janeiro deste ano, com destaque para carnes, óleo de soja, cebola e batata. Presente diariamente nas refeições, a cebola foi o item que apresentou a queda mais expressiva. Hoje, o preço do vegetal é menos da metade do aplicado há um ano, com redução de 53,4%, desde o início do ano, na capital. Na sequência, aparecem o óleo de soja e a batata-inglesa, com diminuições de 27,4% e 25,8%, respectivamente.

Carnes
Em média, o grupo das carnes teve redução de 13%, mas alguns cortes tiveram diminuições nos preços mais acentuadas, como a alcatra (20,2%) e acém bovino (15,3%). O preço médio da picanha, a queridinha dos churrascos dos brasilienses, diminuiu 13,2%. No caso do contrafilé, o quilo ficou 13,7% mais barato. A boa notícia também se estende para as carnes brancas. O frango em pedaços diminuiu 14,8% e o inteiro 13%, de janeiro a agosto.

Brasília acompanha a tendência nacional de queda nos preços de alimentos e bebidas, movimento que teve início em junho. Em agosto, o recuo desse grupo foi de 0,85%, em grande parte explicado pela redução nos preços da alimentação no domicílio (1,26%). Já a inflação, no geral, foi de 0,23%, no Brasil, abaixo do que era projetado pelo mercado, e 0,11 ponto percentual acima da taxa de 0,12% registrada em julho.

Brasília
No contexto local, existem alguns fatores que ajudam na queda dos preços dos alimentos no Distrito Federal. Um deles, destacado pelo professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, é uma relativa autossuficiência da capital no setor de hortifrutigranjeiro, sobretudo em relação às hortaliças. “Agora, as cadeias produtivas se recuperaram do impacto causado pela pandemia e o consumo foi estabilizado”, observa o economista.

Bergo também ressalta que o clima ajudou na produção rural. A atuação do governo federal na questão do estoque regulador também ajudou a compor o cenário atual dos preços dos alimentos. Segundo o especialista, a tendência é de que os preços continuem apresentando queda nos próximos meses. “A previsão é de safras recordes ainda este ano”, informa.

No entanto, César aponta que o setor de transportes pode ser um fator que atrapalhe o barateamento desses produtos, devido ao aumento no preço do diesel, anunciado pela Petrobras em agosto. “Por ser uma cidade muito dependente do transporte rodoviário, Brasília é especialmente impactada pela alta nos preços dos combustíveis. Como resultado, o DF teve a segunda maior inflação no mês de agosto, ficando atrás apenas de Fortaleza (CE)”, lembra.

Fonte: Correio Braziliense

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